Andréa Sanches Fernandes, engenheira química, mesmo sendo filha de acionistas da Usina Cerradinho, empresa de Catanduva, SP, ingressou no setor, há 23 anos, no departamento de Controle de Qualidade. “Comecei de baixo, para conhecer todo o processo e mostrar minha capacidade”, contou Andréa, que aprendeu todas as etapas, passou pela área de produção, cresceu junto com a empresa, até assumir o cargo de diretora industrial. Atualmente, é diretora de operações da Cerradinho Bio, que mantém uma unidade produtora em Goiás.
Andréa lembrou que quando iniciou seu trabalho na usina, poucas mulheres trabalhavam no setor. Pois, não bastava a mulher querer e se dispor pelo trabalho, havia problemas de infraestrutura para receber a mão de obra feminina e até de conceito, por exemplo, para as mulheres atuarem no turno da noite, era uma dificuldade, não havia nem transporte adequado. Andréa salientou que a Cerradinho foi a pioneira na contratação de mulheres no turno da noite. O resultado foi ótimo. O trabalho feminino, minucioso e caprichoso, encantou os supervisores, o que abriu a contratação de mulheres para outros setores da usina.
Como diretora-industrial da Cerradinho, Andréa participou da construção de dois grandes greenfields (projeto iniciado do zero), um deles na cidade de Potirendaba, SP e o outro em Chapadão do Céu, em GO. Ao desenvolver projetos em regiões diferentes, Andrea aperfeiçoou ainda mais seus conhecimentos, pois as características de solo, variedades de cana, clima e relevo diferem bastante entre São Paulo e Goiás, o que influencia também na parte industrial. “Em Goiás, o terreno era tão plano, que tivemos dificuldade para realizar a drenagem do solo. Precisamos trazer especialistas para desenvolver uma planta industrial adequada para o escoamento de águas pluviais. Em Goiás, o período de safra também é mais curto que o de São Paulo, lá as chuvas começam antes”, informa Andréa ao citar diferenciais entre as regiões.
Fonte: Cana Substantivo Feminino
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