*Luísa Melo
A Unilever tem uma meta muito clara e ousada: ter o número de mulheres equiparado ao de homens em todos os níveis da empresa, globalmente, até 2015. No mundo todo, a empresa tem cerca de 170 mil funcionários, 13 mil no Brasil. Desses, nos cargos de gerência e de liderança, 43% já são mulheres. Para alcançar 7% restantes em três anos, a Unilever trabalha com a inclusão de mulheres já no processo de seleção: para a fase final, sempre há uma pessoa do sexo feminino e outra do masculino. A companhia possui uma política de flexibilidade de horários geral, mas que favorece especialmente as mães, além de ter a jornada de trabalho encurtada nas sextas-feiras e oferecer a possibilidade de trabalhar de casa durante dois dias na semana.
O movimento de carreira das mulheres também é estimulado com programas de mentoring, dentro da própria Unilever. A organização oferece também palestras e debates voltados para a mulher no mercado de trabalho e estabelece um networking entre suas funcionárias e de outras companhia. Há ainda um programa de desenvolvimento específico para as mulheres em Singapura, do qual as brasileiras também participam. “Sabemos que é um desafio alcançar a meta em alguns setores como finanças e vendas, por exemplo, e temos programas específicos para isso. Mas a discussão deve ser feita em todos os níveis da organização, não pode ser reduzida a uma estratégia de RH. É preciso voltar toda a empresa para as necessidades da mulher”, destaca Andrea Lima, vice-presidente de cuidados pessoais da Unilever.
A PROFISSIONAL MULHER É MAIS EXIGIDA
A engenheira química Maria Marta Gomes dos Santos começou a trabalhar no setor há 25 anos, no laboratório de uma usina. Dedicação, eficiência e o amor pelo que faz foram as bases de sustentação para o crescimento profissional de Marta, que há seis anos ocupa a função de gerente industrial da Usina Cevasa, de Patrocínio Paulista, SP.
Marta, que foi debatedora do I Encontro Cana substantivo feminino, realizado em 22 de março de 2012 em Ribeirão Preto, declarou ser apaixonada pelo setor e disse vivê-lo intensamente. “Estou sempre ligada na indústria, mesmo estando em casa. Até tento me desligar, mas não consigo. Meu marido trabalha em uma usina em outro Estado. Então a família se envolve muito com o setor”, disse. Conciliar família e o trabalho é um desafio confessou Marta. “Tenho que conciliar a criação de dois filhos, administrar minha casa e tudo isso sozinha, pois meu marido vem no final de semana. Mesmo assim é muito prazeroso. O setor é apaixonante”, salienta.
A gerente industrial da Cevasa admite que para a pessoa ser bem-sucedida não depende do sexo e sim da maneira de se posicionar com as situações e com as atitudes. Disse que a profissional mulher é mais exigida, até mesmo em relação as posições que irá tomar, não tanto pelos subalternos, mas pelos pares e superiores, que ficam atentos ao seu posicionamento. Isso influência, inclusive, nas questões salariais.
Fonte: Exame.com
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