16º Seminário de Mecanização reúne 700 profissionais em Ribeirão Preto
31-03-2014

Cerca de 700 profissionais ligados ao setor sucroenergético participaram, durante os dias 26 e 27 de março, do 16º Seminário de Mecanização e Produção de Cana de Açúcar, realizado no Centro de Eventos Taiwan, em Ribeirão Preto, SP. Ao todo, mais de 200 usinas de diversos estados brasileiros marcaram presença no evento, discutindo as demandas e as novidades de tecnologia para o setor canavieiro. Para Dib Nunes Jr., diretor do Grupo IDEA, o seminário é o principal palco onde os mais importantes progressos da mecanização da cana-de-açúcar são apresentados.

Este ano, o evento contou com 16 palestras técnicas, sendo uma internacional, além de um debate sobre espaçamentos. Paralelamente, foi realizada a 5ª mostra de máquinas e equipamentos canavieiros, que contou com quase 30 expositores de diferentes ramos.

Além disso, o 16º Seminário de Mecanização foi palco da entrega do prêmio “Usinas Campeãs de Produtividade Agrícola – Safra 2013/14”, que o Grupo IDEA, juntamente com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), confere às usinas que mais se destacaram no Centro-Sul do país no quesito produtividade agrícola.

Novidades em mecanização que vêm da Austrália

Um dos destaques foi a palestra ministrada pelo australiano David Cox, presidente da Davco Farming, um incansável pesquisador da mecanização em cana-de-açúcar. Apesar das diferenças entre a Austrália e o Brasil, muitos profissionais já buscaram, ou buscam, conhecimentos e tecnologias australianos. Cox contou com a ajuda de Guilherme Santana, também da Davco, para auxiliá-lo, que traduziu a palestra para os presentes.

Para Cox, o desafio do espaçamento em cana é mundial. Atualmente, ele utiliza um sistema de 2.4m que, segundo ele, funciona muito bem na Austrália. Com esse espaçamento, o solo é compactado em apenas 24% e há a redução de ervas daninhas e da necessidade da aplicação de herbicidas “Os fatores que auxiliam esse sistema são: implementos de preparo de solo com TC, aplicação de gesso e calcário em TC, plantadora de seis linhas em TC (protótipo que deve ser lançado mundialmente no futuro), pulverizador em TC (modelos limitados com 2.4m de espaçamento), colhedora, trator e transbordo.

Cox falou, ainda, quais são os principais desafios do agronegócio para o futuro. “No plantio, temos que reduzir a quantidade de mudar por hora, melhorar o sistema de medição de toletes, a proteção de mudas e a produtividade de plantio ha/hora. Na colheita, vejo que a bitola precisa ser igual ao espaçamento, deve haver capacidade de múltiplas linhas, redução das impurezas na colheita, maior precisão no mapeamento de produtividade e ATR (Açúcar Total Recuperável) e uma melhora na coleta e transporte da biomassa”.

Cox encerrou sua palestra brincando com o público, dizendo que, se existir reencarnação, quer voltar como filho de um grande produtor do centro-oeste brasileiro.