A cana agora é transgênica
21-08-2017

A ALTHA20BT é a primeira variedade de cana modificada do mundo. Outras estão no forno. Confira os benefícios dessa inovação

Leonardo Ruiz

Um novo marco para a cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Foi assim, com essas palavras, que o diretor do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Sérgio Matar, apresentou ao mundo a primeira variedade de cana-de-açúcar geneticamente modificada da história. O material, batizado de ALTHA20BT, chega ao mercado canavieiro em 2017 com quase 20 anos de atraso tecnológico em relação a outras culturas relevantes no Brasil, como a soja, o milho e o algodão. As expectativas são altas, já que a tecnologia pode devolver a competitividade ao setor sucroenergético. “A ALTHA20BT é apenas o primeiro passo da introdução definitiva da biotecnologia na cana-de-açúcar, que colocará o segmento num novo patamar de produtividade”, diz Sérgio.

A primeira variedade de cana transgênica do mundo chega ao mercado nacional num momento chave, não apenas para o setor canavieiro – que enfrenta décadas de produtividades estáveis –, mas também para a agricultura mundial, que tem uma tarefa nada fácil pela frente: atender uma demanda crescente de alimentos com áreas agricultáveis cada vez menores.

Estimativas apontam que nos últimos 46 anos a população mundial apresentou um crescimento de 111%, enquanto que a área destinada à agricultura cresceu apenas 10% no mesmo período. Não precisa ser um gênio da matemática para ver que a conta não fecha. O cenário fica ainda pior quando olhamos para o futuro. Até 2050, serão cerca de nove bilhões de pessoas na Terra, sendo 70% vivendo em áreas urbanas. Isso resultará em maiores consumos de combustível e de alimento, na ordem de 50% e 30%, respectivamente.

Como a expansão para novas áreas de cultivo é uma tarefa quase impossível, a solução é ser mais eficiente em nossas próprias propriedades. Neste contexto, a biotecnologia agrícola surge como uma ferramenta fundamental. Apenas nos últimos 18 anos, a introdução de variedades transgênicas no mundo contribuiu com uma produção adicional de 21,7 milhões de toneladas de algodão, 138 milhões de toneladas de soja e 274 milhões de toneladas de milho. Este aumento de produtividade chegou a injetar, apenas em 2013, rendimentos na ordem de US$ 20,5 bilhões no bolso dos agricultores, que viram um aumento médio de US$ 122 por hectare. Com base nestes números, estimasse que cada dólar investido em sementes transgênicas resultou em US$ 4,22 aos agricultores de países em desenvolvimento e US$ 3,88 àqueles de nações desenvolvidas.

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