A Cana Pode Mais – Crescimento vertical
14-04-2015

A área cultivada com cana-de-açúcar colhida e destinada à atividade sucroenergética na safra 2014/15 foi de aproximadamente 9.130,1 mil hectares, distribuída em todos estados produtores. Pelo Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, ZAE-Cana, elaborado sob a supervisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e coordenado pela Embrapa, a cana pode ocupar pelo menos mais 30 milhões de hectares do solo brasileiro.

Mas o objetivo do setor sucroenergético não é ocupar mais áreas e sim aumentar a produtividade (crescer verticalmente), e não priorizando a expansão horizontal (ocupando novas áreas). Para os especialistas, a cana ainda está aquém de seu potencial. Jaime Finguerut, assessor técnico da presidência do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), salienta que, embora tenha havido evolução no uso das variedades mais modernas, há ainda muito a evoluir neste aspecto, o que se pode ver nas produtividades atuais do canavial brasileiro, que se encontram pelo menos a um terço do seu potencial comercial máximo, enquanto que outras culturas como milho e oleaginosas estão se aproximando da metade deste potencial.
Segundo Finguerut, a cana tem o potencial de quase dobrar a sua produtividade com uso das técnicas modernas de melhoramento genético e de agricultura de precisão que já são utilizadas nas culturas que já atingiram, digamos, 50% do seu potencial máximo.
A meta é ultrapassar a marca de 100 toneladas/hectare, condição colocada como necessária para a saúde financeira do negócio. É por meio da quantidade de toneladas de cana produzida por hectare que são divididos os custos de produção. Por isso, a queda de produtividade dos canaviais brasileiros nas últimas safras pesou muito no caixa das empresas. A média da produtividade, que já foi de quase 90 t/ha, por motivos climáticos, falta de investimento, mecanização, novos ambientes de produção e erros de gestão despencou, na safra 2012/13, para uma média de 67,3. Na safra 2013/2014, a produtividade se recuperou, passando para 74,1 t/ha. A expectativa era que na safra 2014/15 o setor voltasse à casa das 80 t/ha, mas a estiagem em pleno verão reduziu esse aumento e a média ficou em torno de 77 toneladas por hectare.
Cada tonelada a mais faz muita diferença. Os canaviais com produtividade de 80 toneladas por hectare apresentam um custo médio de produção entre R$ 70,00 a R$ 72,00 por tonelada de cana, já aqueles com produtividade de 90 toneladas, o custo cai aproximadamente R$ 12,00. Essa relação deixa claro que, com maior produtividade, o investimento é mais diluído, resultando em um custo final menor por tonelada de cana.

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