A participação do produtor de cana no setor sucroenergético
17-05-2017
De acordo com o Ministério da Agricultura, cerca de 60 mil produtores cultivam cana-de-açúcar no país, como cultura principal ou não, dos quais, quase 90% são considerados pequenos e médios produtores. Cerca de 80% da cana é vendida para as usinas, o restante se divide para a produção de cachaça, rapadura, caldo de cana, açúcar mascavo, melado ou alimentação para o gado.
Em outros tempos, a cana oriunda dos fornecedores chegou a representar 70% da moagem das usinas, hoje é o inverso, a média é de 30% - na safra 2016/17 na região Centro-Sul, do volume de cana de 605 milhões de toneladas, os fornecedores responderam por quase 135 milhões de toneladas.
A desregulamentação do setor que reduziu direitos, o endurecimento de legislações trabalhistas e ambientais, a tendência de maior escala de produção, a mecanização das operações agrícolas, a necessidade de grande área com cana para possibilitar talhões maiores para facilitar o trabalho das colhedoras, colocaram em xeque a existência dos pequenos e até médios produtores. O lema passou a ser: cana é atividade para os grandes.
Mas o mesmo progresso que colocou o produtor de cana à margem do negócio, fazendo com que muitos se retirassem da atividade, abre novas possibilidades, como o conceito de desenvolvimento sustentável, que valoriza o lado econômico e também o social e o ambiental. Para o setor sucroenergético se enquadrar na modalidade sustentável, que cada vez mais passa a ser uma exigência do mercado, é fundamental a participação do produtor de cana, pois agrega à sua imagem princípios como maior divisão de renda, diversidade de culturas, e a presença de minifúndios.
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