A variedade RB867515 está mais suscetível à pragas e doenças do que antes?
04-08-2017

Pesquisadores da UFV/RIDESA, Marcio Henrique e Luís Cláudio, ressaltam que não é correto afirmar que a RB867515 é suscetível à pragas e doenças
Pesquisadores da UFV/RIDESA, Marcio Henrique e Luís Cláudio, ressaltam que não é correto afirmar que a RB867515 é suscetível à pragas e doenças

Confira a resposta da RIDESA sobre isso

O produtor Jaime Antônio Inocente Sanchez sempre voltou seus esforços para a citricultura em sua fazenda localizada no município paulista de Ibitinga. Com a queda da cultura na região, ele, juntamente com seu filho, Fábio Moraes Sanchez, optou por adentrar o segmento canavieiro. "Há dois anos, começamos a plantar cana-de-açúcar. Nossa área, que no total é de 140 hectares, já conta com 80 ha de canaviais.”

Por ser novo no setor, o produtor não quis arriscar e a primeira variedade plantada em sua fazenda foi a RB867515. Porém, Sanchez já afirma que, quando chegar a hora de renovar sua área, esta variedade não será mais utilizada. “Temos visto muitas doenças nela. A sanidade das folhas, quando comparada a outros materiais, está bem ruim. Além disso, percebemos que ela não está aguentando o pisoteio das máquinas.” Os materiais que irão entrar para substituir a 7515 na fazendo do produtor são as CTC 4 e a RB966928.

Outro que tem sofrido com a presença de doenças em suas áreas de 7515 é Rafael Mansur Zaquia, do município paulista de Taquaritinga. O problema é tanto que ele afirma que nas últimas reformas já tem dado preferência para variedades mais sadias, que irão entregar produção mais longa e, consequentemente, maiores produtividades. “A CTC 4 e a CTC 7 são alguns dos materiais que têm respondido melhor do que a 7515 na minha propriedade.”

Os pesquisadores da UFV/RIDESA, Marcio Henrique Pereira Barbosa e Luís Cláudio Inácio da Silveira, ressaltam que não é correto afirmar que a RB867515 é suscetível à pragas e doenças. “Pelo contrário, ela é muito resistente a importantes enfermidades que acometem a cana-de-açúcar e por essa razão, dentre outras, ainda tem sido muito cultivada.”

Ao longo das últimas semanas, a CanaOnline reuniu relatos de diversos produtores que afirmam estar tendo problemas de suscetibilidade da 7515 com relação a algumas pragas e doenças. Confira a resposta da RIDESA sobre cada um dos problemas citados:

Estria vermelha: A RB867515 sempre foi suscetível à essa doença. Mas, talvez seja um dos genótipos que pode ser considerado como o melhor padrão de suscetibilidade à estria vermelha dentre as variedades existentes no Brasil. Entretanto, estria vermelha é manejo. Se determinada região tem maior foco ou probabilidade de ocorrência, a resposta é simples: utilize outra variedade que não seja a RB867515.
Podridão vermelha: Nos últimos anos, em função do avanço da colheita sem prévia queima da palha, houve um aumento da incidência de podridão vermelha em muitas variedades, em especial, àquelas que têm elevada produtividade, que acabam tombando, aumentando assim o potencial de infecção dos colmos pelo fungo causador da doença. Ou seja, é um fato generalizado que tem acometido também outras variedades.

Cigarrinha-das-raízes: Não podemos colocar a culpa na RB867515 no que tange ao ataque desta praga, pois foi a uma mudança no sistema de colheita da cana que impactou no controle biológico da Cigarrinha-das-raízes devido ao fato de que, agora, um grande volume de palha permanece sobre o solo.

Broca: Nossos estudos mostram que a RB867515 causa a maior taxa de mortalidade de larvas jovens que ainda estão raspando as folhas antes de penetrarem nos colmos. Pelo que temos conhecimento, o comportamento geral da RB867515 em relação a esta praga é muito semelhante ao de outras variedades.

Ferrugem alaranjada: Antes mesmo de a Ferrugem alaranjada chegar ao Brasil, a RIDESA já sabia que a RB867515 seria resistente, pois ela já havia sido testada em regiões com foco dessa doença.

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