Açúcar e etanol: mercado em recuperação
19-05-2014

Açúcar e etanol: mercado em recuperação

O cenário mundial de açúcar e etanol passa por importante transformação. Esse foi o foco das discussões realizadas durante a VIII ISO Datagro New York Sugar & Ethanol Conference, realizada no dia 14 de maio ultimo em Nova York, no tradicional Waldorf Astoria hotel.

A conferencia desse ano teve número recorde de participantes, com a presença das principais lideranças de produtores do Brasil e de vários outros países da América do Sul e Central, como Colombia, Guatemala, El Salvador, Nicaragua, Peru, da Europa (Alemanha, França e Holanda) e da Ásia (China, Indonesia e Cingapura), dos principais traders e fornecedores de insumos, e bancos relacionados ao setor. Participaram representantes de 22 paises.

Os principais debates giraram em torno da situação no Brasil, maior produtor e exportador de açúcar do mundo, e maior exportador de etanol, a demanda crescente na Asia, os impactos da liberação do sistema de cotas na Uniao Europeia e as perspectivas do mercado de etanol nos Estados Unidos, com o programa da California e o programa federal do RFS-2.

A visão geral é de que em breve o Brasil deverá estar centrando a sua produção em etanol, e ainda não se observam condições propicias a um retorno de investimentos em expansão de capacidade. Helder Gosling, da São Martinho ressaltou a importância que a industria brasileira tem dado à questão de eficiência operacional, para compensar as distorções criadas pelo subsidio de preço da gasolina, que reduz o preço do etanol obtido pelos produtores.

A China será uma das principais motrizes do crescimento do consumo asiático de açúcar, assim como a Indonésia, devido às altas taxas de urbanização e aumento de renda.

Segundo Plinio Nastari, a Datagro estima que o superávit de 2,18 milhoes de toneladas em 13/14, será seguido de um déficit de 2,46 milhoes de toneladas em 14/15.

A UE é a maior importadora de açúcar no mundo e isso poderá mudar a partir de 2017, com o fim do regime de quotas. Segundo Leonardo Rocha, da ISO, a produção europeia apresentou grandes ganhos de produtividade após a reestruturação que se seguiu à condenação dos subsídios europeus na OMC, em ação movida pelo Brasil, Australia e Tailandia.

Marcio Farah, da FMC, deu ênfase à mudanca de conceito na produção, onde a preocupação passou a ser a otimização do custo por tonelada, e não mais por hectare. Investimento em tecnologia no campo passou a ser fundamental para o sucesso de empreendimentos sucro-energeticos.

O diretor do Banco Pine, Norberto Zaiet, indicou que o mercado financeiro continua atento a avaliação de risco, mas que perspectiva geral é de recuperação de preços e margens no final da safra 14/15.

A conferencia, com organização impecável, criou um ambiente singular de congraçamento no local mais tradicional do mundo empresarial de Nova York, permitindo que todos os presentes tivessem melhorado sua percepção sobre o mercado, e sua habilidade de realizar planejamento.