Açúcar sobe 2,5% em Nova York, depois de queda na véspera
26-04-2024

Conab prevê produção recorde de açúcar na nova safra — Foto: Freepik
Conab prevê produção recorde de açúcar na nova safra — Foto: Freepik

Preços do café voltam a cair, com atenção para cotação do robusta e lavouras brasileiras

Por Fernanda Pressinott — São Paulo

Depois de cair 3% na última sessão, os papéis futuros de açúcar demerara começam esta sexta-feira em alta de 2,5%, cotados 19,98 centavos de dólar por libra-peso.

Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o Brasil irá produzir menos cana-de-açúcar em 2024/25. Mesmo assim, elevará a produção de açúcar. Em sua primeira estimativa sobre a nova temporada, a estatal previu uma oferta de 685,86 milhões de toneladas da matéria-prima, queda de 3,8% se comparado com a safra anterior. A produção de açúcar crescerá 1,3%, porém, para 46,29 milhões de toneladas. Se confirmado, esse volume será recorde.

“O mercado não se preocupa se haverá uma quebra na safra de cana, que deverá ser 40 milhões de toneladas menor na próxima safra. A grande atenção está nos números do açúcar, que é negociado em bolsa”, diz Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.

Ele explica, ainda, que a estratégia das usinas deve motivar a maior disponibilidade de açúcar para o novo ciclo.

“O açúcar que será produzido e exportado foi negociado a preços da temporada anterior, que estava nos maiores patamares em 15 anos. As indústrias aproveitaram esse bom momento para travar vendas até para 2025”, acrescenta.

O analista conclui dizendo que as projeções otimistas para a safra brasileira somam-se com um aumento inesperado na produção em outros grandes players, como Índia, Tailândia e China.

Também em alta nesta manhã estão os futuros de algodão, cotados a 81,15 centavos de dólar por libra-peso, 0,61% mais que no último fechamento.

Quedas

Do outro lado, os preços futuros do café arábica voltam a cair e agora são cotados a US$ 2,24 a libra-peso, com queda de 1,9%.

Agentes de mercado seguem monitorando as restrições de café robusta, que recentemente pautaram a valorização do arábica. O clima para as lavouras brasileiras é outro ponto de atenção.

De acordo com Eduardo Carvalhaes, analista especializado no mercado de café, uma mudança mais significativa no tempo sobre áreas produtoras do centro-sul do Brasil deve ocorrer na primeira semana do mês de maio, quando uma nova frente fria deve avançar pela costa do Brasil, espalhando episódios de chuva entre o Paraná, Sudeste e até mesmo sobre áreas da Bahia.

Os contratos de cacau para julho caem pelo segundo dia consecutivo, agora 0,68%, a US$ 10.730 a tonelada.

Fonte: Globo Rural