AIE prevê produção menor de etanol e vê piora da situação no Brasil
28-08-2014

A situação econômica da indústria de etanol no Brasil “está piorando”, em parte por causa da regulação do preço da gasolina para conter a inflação, diz a Agência Internacional de Energia (AIE). Essa política “mina o etanol” economicamente, conforme relatório anual sobre energia renovável da entidade.

Com perspectivas menos otimistas para o Brasil e os Estados Unidos, a produção mundial de etanol foi revisada para baixo, para 104 bilhões de litros em 2020.
Globalmente, o desenvolvimento de energias renováveis está ameaçada de desaceleração nos próximos anos por causa de incertezas de regulação que existem em vários países, segundo a AIE.
No caso do etanol, a entidade nota que, após um período de rápida expansão, a produção e o consumo enfrentam desafios nos três grandes produtores.
No Brasil, a indústria de etanol sofre por tabela com a regulação do preço imposto sobre a Petrobras. Ao mesmo tempo, a produção cresceu em 2013 impulsionada por uma colheita maior que prevista de cana-de-açúcar.

Nos EUA, deficiências no mandato para uso de bicombustível criaram manifestos, levando a revisões que causam incertezas no mercado.

Na União Europeia (UE), as controvérsias sobre a sustentabilidade de bicombustíveis levou a uma proposta de limite do produto convencional que deixa a indústria sem saber exatamente qual será o ritmo da política européia para o setor.

Por outro lado, está havendo uma mudança no avanço do etanol, com mais estímulos na África e no sudeste da Ásia, onde a ideia é reduzir a fatura do petróleo importado no futuro.

A produção de bicombustíveis poderá ficar em 139 bilhões de litros em 2020, inferior a projeção anterior, segundo a AIE.

No caso especificamente do etanol, que representa o grosso do bicombustível, a projeção agora para 2018, por exemplo, foi cortada em quase 4 bilhões de litros. Já a produção de biodiesel pode crescer, sobretudo, na Ásia.