Amendoim mirrado e laranja murcha
10-07-2014

A região de Ribeirão Preto é a maior produtora de amendoim do Brasil, 80% do plantio do grão acontece em áreas de renovação de canaviais. Quase 100% desses produtores de amendoim também produzem cana, nos últimos três anos, a diversificação com o amendoim vem salvando a lavoura desses produtores, pois enquanto a cana não remunera, o preço do grão tem se apresentado em alta.

Mas este ano, a seca na época das chuvas levou a redução de safra do amendoim. Augusto César Strini Paixão, gerente da Uname – Unidade de Grãos da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Copercana), conta que essa estiagem do verão 2013/14 foi a pior que já presenciou nos 33 anos que atua na cooperativa. Segundo ele, houve uma quebra em torno de 27% em decorrência da estiagem. A expectativa era receber quase 2,3 milhões de sacas de 25 quilos, mas o volume beirou 1,8 milhão.
A estiagem não afetou apenas a produtividade, Strini observa que também reduziu a qualidade do grão, pois o estresse hídrico é um dos principais fatores para acontaminação do amendoim por Aflatoxina(substâncias produzidas por fungos e que afeta a saúde humana). Cerca de 30% dos grãos foram contaminados. O produto com menor qualidade, informa Strini, deve seguir para a indústria de óleo, derrubando o preço por volta de R$ 4,00 a saca. Na safra passada o valor da saca de 25 quilos foi de R$ 30,00, este ano deverá ser de R$ 26,00.
Situação pior que o produtor de amendoim está o citricultor, além da baixa remuneração do produto, a seca pode levar a perda na produtividade de 20% a 30%. A falta d’água diminui a quantidade de suco da laranja. Ela fica murcha e, em muitos casos, não tem força para se aguentar no pé. Como a laranja está mirrada, o produtor tem de colocar 20% a mais de frutas para completar a caixa de 40 quilos, vendida à indústria processadora. “Além de comprometer parte da safra deste ano, a estiagem pode causar prejuízo para a colheita do ano que vem. Isso porque nesta época os pomares paulistas começam a ter as primeiras floradas. Sem chuva, a flor não tem força para se desenvolver e virar fruto”, lamenta Altair Ramos, produtor da região de Taguaritinga.
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