Apenas um bom produto não resolverá o problema com as plantas daninhas
27-06-2017

Evolução das espécies de plantas daninhas ao longo dos anos
Evolução das espécies de plantas daninhas ao longo dos anos

Produtor deve aliar o conhecimento a várias outras ferramentas para que o combate possa ser o mais efetivo possível

Leonardo Ruiz

A infestação de plantas daninhas é uma das principais problemáticas da agricultura, já que não existem formas viáveis de evitar sua presença nas lavouras. Seja onde for, lá estão elas, provocando altos impactos na produtividade, cujo controle representa parte significativa dos custos de produção.

Mas, se as plantas daninhas são recorrentes desde que o mundo é mundo, como os agricultores ainda não dominaram a arte de controlá-las? A resposta é que tanto o manejo quanto a flora daninha estão em constante alteração.

Até o início dos anos 1990, por exemplo, a flora daninha dos canaviais era composta, basicamente, por Brachiárias, Capim-Colchão, Capim-Colonião, Pé-de-Galinha, Tiririca, Grama-Seda, Capim-Carrapicho, Picão-Preto e Caruru. Espécies que se beneficiavam das características encontradas no solo daquele tempo, época em que a palha da cana-de-açúcar era queimada.

Porém, com a introdução do sistema de colheita mecanizada de cana crua, essa flora daninha foi modificada, já que o ambiente encontrado nos canaviais também foi alterado. Além das Cordas-de-Violas e Mamonas, outras espécies passaram a dominar os canaviais com a chegada das máquinas, principalmente as chamadas folhas largas, como as Merremias, Mucunas, Buvas, Buchas e Melões-de-São-Caetano.

E se não bastasse, mais recentemente, com o início do processo de recolhimento da palha do solo para cogeração de energia, uma terceira condição foi criada: canavial colhido de forma mecânica, mas sem a presença da palha. Como isso impactará a dinâmica nos próximos anos, apenas o tempo dirá.