Aralco entra em recuperação judicial
13-05-2014

A juíza Sonia Cavalcante Pessoa, da 2ª Vara Cível de Araçatuba, aceitou ontem o pedido de recuperação judicial da sucroalcooleira Aralco. A empresa tem que apresentar um plano de pagamento de seus credores em 60 dias. Esse plano terá de ser aprovado em até seis meses em assembleia de credores. Até lá, a empresa fica protegida contra eventuais processos movidos por aqueles que têm débitos a receber.

Com dívidas próximas de R$ 1 bilhão, a empresa negociava até a semana passada um acordo extrajudicial com seus principais credores, inclusive bondholders, detentores do bond de US$ 250 milhões emitido pela companhia em 2013. O objetivo do acordo era evitar que a companhia entrasse em recuperação. "Agora, as negociações vão continuar, mas dentro da recuperação judicial", disse o advogado contratado pela Aralco, Joel Thomaz Bastos, do escritório Dias Carneiro Advogados.
Até então, a companhia estava protegida contra credores por uma liminar concedida pela juíza da 2ª Vara de Araçatuba. A magistrada estava analisando se, de fato, todas as empresas sob o "guarda-chuva" da Aralco estavam em atividade.

A Aralco pediu proteção contra credores em março deste ano, menos de um ano após emitir US$ 250 milhões em bônus para alongar dívidas. Com a emissão externa, 84% do endividamento líquido da empresa, de R$ 965 milhões, ficou no longo prazo, o que aliviou a situação. No entanto, sem geração livre de caixa, o grupo estava com dificuldade de pagar despesas financeiras, estava atrasado na quitação de alguns fornecedores e ainda sem recursos para investir na operação.

A empresa, que era sócia da Copersucar, tem quatro usinas no oeste de São Paulo que somam capacidade para moer 7,2 milhões de toneladas de cana por safra. Mas no último ciclo, o 2013/14, processou apenas 5 milhões de toneladas, abaixo das 6 milhões previstas no início do ciclo