Assobari é a primeira do mundo a ter canaviais certificados
12-05-2017

Presidente da Assobari, Acácio Masson Filho, Secretário da Agricultura do Estados de São Paulo, Arnaldo Jardim, e Ulisses Fanton, comemoram a Certificação
Presidente da Assobari, Acácio Masson Filho, Secretário da Agricultura do Estados de São Paulo, Arnaldo Jardim, e Ulisses Fanton, comemoram a Certificação

Em 2008, a Assobari já pensava em certificar seus associados, quando nem as usinas tinham esse objetivo

Quem primeiro se atentou para a importância de certificar os canaviais foi a Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari), ainda em 2008, ano em que se falava bastante sobre a comercialização de créditos de carbono. De olho nesse mercado, a Entidade começou a buscar mais informações sobre o assunto e descobriu que essas negociações apenas seriam possíveis caso a matéria-prima estivesse certificada.

De acordo com o vice-presidente da Assobari, Ullises Fanton, naquela época não havia nada no mundo relacionado a certificação de cana-de-açúcar. “Decidimos criar, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização Internacional Agropecuária (OIA) e a Usina Della Coletta, um protocolo de qualidade agro socioambiental, que contava com mais de trezentos itens que deveriam ser respeitados em sua integridade.”

Neste meio tempo, em julho de 2011, foi criada a certificação Better Sugarcane Initiative (Bonsucro), hoje considerada como o principal selo internacional de qualidade das práticas de sustentabilidade das empresas que produzem produtos derivados da cana-de-açúcar. Entretanto, no início de suas atividades, a Bonsucro certificava apenas usinas, não possuindo protocolos ou diretrizes voltadas ao fornecedor de cana.

“Entramos em contato com a Empresa, sediada em Londres, e solicitamos a inclusão de uma certificação para produtores rurais. Inclusive, chegamos a enviá-los nosso protocolo, posteriormente aprovado pela Entidade, que passou a usá-lo como referência para certificação de agricultores canavieiros”, conta Fanton.

A partir dali, começou um longo processo em que um grupo de produtores se preparou para a obtenção da certificação. Os critérios a serem seguidos tinham variada natureza, como questões relativas à proteção ao meio ambiente e às relações de trabalho. Tais critérios estavam divididos em grupos, entre os quais o de respeitar os direitos humanos e trabalhistas - como a idade mínima dos trabalhadores, ausência de trabalho forçado ou obrigatório e inexistência de discriminação; o de gerenciar a eficiência de insumos, da produção e do processamento para aumentar a sustentabilidade - no qual estão os critérios de rendimento da produção, emissões de GEE por tonelada de cana-de-açúcar e agrotóxicos aplicados por hectare por ano - e o de gerenciar ativamente a biodiversidade e serviços do ecossistema - melhorar continuamente o status dos recursos do solo e da água, reduzir as emissões de efluentes e promover a reciclagem de produtos).

Em janeiro de 2016, após quatro anos de adequações, veio a tão sonhada certificação, com 68 produtores certificados, grupo formado exclusivamente por pequenos e médios agricultores. O intuito, segundo Fanton, é certificar, num futuro próximo, 100% da carteira da Assobari, que possui cerca de 214 associados, sendo 95% deles, pequenos produtores.

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