Associação de produtores rurais de Bariri recebe certificação internacional pioneira de produção sustentável e poderá vender créditos de carbono
18-10-2016

A Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari) será a primeira organização de produtores rurais do País a receber a certificação da Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), reconhecimento mundial da sustentabilidade do processo produtivo da cana-de-açúcar que possibilitará a comercialização de créditos de carbono. A entidade passou por uma rigorosa auditoria pela certificadora SCS Global Services no dia 6 de julho e foi indicada para receber o documento, emitido por uma das organizações mais fortes e confiáveis do setor.

A certificação abrirá a possibilidade de negociação de uma área de cerca de 13 mil hectares dos produtores rurais associados à Assobari com companhias que têm um déficit de carbono no mundo. “A certificação é o reconhecimento de que os produtores rurais de Bariri produzem a cana-de- açúcar de maneira sustentável, em conformidade com as normas mundiais. Essa negociação pode representar em torno de 50 dólares por hectare de terras anualmente, uma área consideravelmente grande”, explicou o presidente da Assobari, Acácio Masson Filho.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que acompanhou, apoiou o processo de obtenção do certificado e visitou a Assobari no dia 8 de julho, a associação exerce um importante papel vanguardeiro nas práticas e posturas para aumentar a produtividade agrícola e preservar os cuidados ambientais. “Esta iniciativa servirá de referência para que outras organizações ligadas à Organização dos Plantadores de Cana (Orplana) sigam o mesmo caminho. Não há dúvidas da necessidade da cadeia produtiva agrícola manter o compromisso com o meio ambiente e quem se antecipar terá uma vantagem acentuada de ganhos na remuneração dos produtores e no acesso ao mercado”, disse.

“A identificação da origem e rastreabilidade, que hoje são aplicadas a produtos como queijos, vinhos e de origem animal, também existirá para o açúcar e etanol. A prática está alinhada às diretrizes do governador Geraldo Alckmin de buscar uma agricultura harmônica com o meio ambiente, com a postura do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (Cop 21) e com a lei estadual que propõe metas muito ousadas de redução de gases de efeito estufa. São atitudes como essa que farão a diferença no futuro”, concluiu o titular da Pasta agrícola.

Ulisses Fanton, vice-presidente da Assobari, acredita que a exigência da certificação será uma tendência no setor. “Estamos ainda no início, mas esse trabalho deverá em breve ser compulsório, visto que em poucos anos, as grandes companhias mundiais como Nestlé, Coca Cola, Bacardi e Kibon irão adquirir produtos apenas de empresas reconhecidamente sustentáveis”, observou.

Integrante da Orplana, a Assobari já conta com a certificação da Better Sugarcane Initiative (Bonsucro) desde janeiro de 2016, que também atesta a produção e o processamento sustentável da cana-de-açúcar. O processo, que durou cerca de quatro anos, exigiu a elaboração de um protocolo, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Organização Internacional Agropecuária (OIA), para concluir a adaptação de 300 itens de diversas commodities às regras internacionais de produção sustentável.

Texto: Paulo Toledo e Paloma Minke
Fotos: Paulo Prendes

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Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo