Bagaço de cana pode substituir petróleo na produção de solventes
01-06-2015

A Química Verde tem a sustentabilidade como ponto de partida. Refere-se a produtos e processos diretamente relacionados ao uso de tecnologias limpas

Clivonei Roberto

Um dos campos mais avançados dentro da cadeia de valor da cana-de-açúcar e que liga o setor com o futuro é a Química Verde, que abre um vasto espectro de possibilidades de produtos de alta qualidade e menor impacto ambiental.
Segundo a pesquisadora Maria Teresa Borges Pimenta Barbosa, do CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol), Química Verde é o desenvolvimento de tecnologias para obtenção tanto de processos como de produtos químicos que possam minimizar ou eliminar substâncias prejudiciais tanto à saúde como ao meio ambiente.
A Química Verde tem a sustentabilidade como ponto de partida. Refere-se a produtos e processos diretamente relacionados ao uso de tecnologias limpas, em que há controle mais rigoroso quanto à menor emissão de poluentes, menor produção de resíduos e efluentes, uso de menos energia, mínima aplicação de produtos tóxicos, redução de impactos ambientais. E diferentes alternativas podem ser consideradas, como os processos em que se substitui o petróleo e seus derivados por biocombustíveis para a obtenção do mesmo produto, por exemplo: utilizar o bagaço da cana como matéria-prima para a produção de solventes, hoje feitos com petróleo.
O avanço da Química Verde é uma tendência crescente, segundo a pesquisadora. “No momento, buscamos chegar a produtos de química verde cujos processos sejam viáveis. Com muitos deles ainda estamos em fase de desenvolvimento e estes processos também vão sofrer as mesmas dificuldades para depois se estabelecerem. A tecnologia ainda está em amadurecimento”, explica.

A viabilidade da cana para a química verde

No Brasil, o investimento neste tipo de tecnologia é promissor, mas requer a continuidade dos investimentos para ganhar viabilidade econômica. A área de cana-de-açúcar para etanol no país representa em torno de 1,2% das áreas agricultáveis, o que é menos de 25% da área ocupada para a produção de milho e 12,5% da área ocupada com a soja. Considerando, por exemplo, a quantidade de etanol necessária para produzir 200 mil toneladas de eteno verde (a matéria-prima para o polietileno), seria necessário em canaviais o correspondente a apenas 0,02% das áreas agricultáveis brasileiras.

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