Bioeletricidade é solução limpa que imprensa e consumidores ‘desconhecem’
01-04-2014

Apesar de existir como opção energética desde 1987, a bioeletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar é uma ilustre desconhecida da maior parte da sociedade brasileira, afirma a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina. “Não é por outro motivo que essa importante alternativa energética é o tema de um seminário a ser realizado hoje dentro da Câmara dos Deputados em Brasília”, completou.

Segundo Farina, excetuando-se alguns poucos jornalistas que cobrem o setor sucroenergético e elétrico e têm alguma intimidade com o tema, o que prevalece é a falta de conhecimento, como mostra a cobertura do momento crítico que as regiões mais populosas do Brasil atravessam. “Para exemplificar, a maioria dos veículos de comunicação cita o uso de usinas termelétricas para suprir a atual situação de emergência, sem citar que elas são movidas a combustíveis poluentes como o petróleo e o carvão, enquanto uma opção limpa, renovável, abundante e viável permanece pouco estimulada pelo governo”, disse a presidente da UNICA, uma das 18 empresas e entidades parceiras do Projeto AGORA, organizador do evento de hoje.

O seminário “1º de abril: dia da verdade sobre a bioeletricidade” terá três painéis com participação de mais de 15 especialistas e representantes de empresas dos setores sucroenergético e elétrico, de diferentes níveis da administração pública, de organizações não governamentais e do legislativo, particularmente deputados que integram a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético. A Frente é liderada pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP).

“Se a bioeletricidade viesse sendo estimulada nos últimos anos, provavelmente não estaríamos na situação que estamos enfrentando, repleta de incertezas devido aos níveis muito baixos dos reservatórios”, destaca Farina, lembrando que uma das principais vantagens da bioeletricidade está no fato de ser oferecida durante o período mais seco, quando a energia que vem das hidrelétricas, maioria no País, mais necessita de reforço.

“A nova safra de cana está começando agora no Centro-Sul do Brasil, e poderíamos estar oferecendo volumes muito mais significativos de uma eletricidade limpa e renovável. É justamente para tornar isso mais conhecido e explorar formas de alavancar essa opção energética que foi organizado este evento em Brasília. São questões de interesse de todos os brasileiros”, concluiu.

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, indica que se todo o potencial disponível nos canaviais brasileiros para produzir bioeletricidade fosse utilizado, seria possível acrescentar à rede de distribuição o equivalente a duas usinas de Itaipu ou até cinco usinas do porte de Belo Monte.

O seminário “1º de abril: o dia da verdade sobre a bioeletricidade” será transmitido ‘ao vivo’ pela internet, por meio do canal alternativo da TV Câmara. A íntegra do seminário será reapresentada pela TV Câmara a partir das 23h de quarta-feira, dia 2 de abril. A TV Câmara pode ser assistida pelas operadoras de TV a cabo Net e Sky, por parabólicas e no canal digital 61 em São Paulo (capital) e Brasília.

Para assistir ao seminário ao vivo a partir das 14h de hoje no site da TV Câmara, clique aqui.