BP Bunge acerta com a TIM cobertura 4G em 3 milhões de hectares
26-04-2024

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Projeto vai atender 450 mil hectares que atendem a BP Bunge com cana e comunidades de 46 municípios

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

A BP Bunge Bioenergia acertou com a TIM um contrato para garantir a oferta de sinal 4G para uma área de 3 milhões de hectares no Brasil. É o projeto privado com a maior área com 4G do país. Com um investimento de R$ 100 milhões apenas para instalar antenas, a sucroalcooleira espera que a tecnologia reduza custos e eleve a produtividade.

O contrato prevê a instalação de 98 antenas nas lavouras da companhia sucroalcooleira, que tem 11 usinas em cinco Estados. O sinal atenderá 300 mil hectares próprios da BP Bunge, 150 mil hectares de seus fornecedores de cana e comunidades em 46 municípios.

Com o projeto, a operadora italiana passa a ter uma cobertura de 16 milhões de hectares. “A BP Bunge é nosso maior projeto do agronegócio e um dos maiores da América Latina”, diz Alberto Griselli, CEO da TIM. Segundo ele, o objetivo da empresa é alcançar 20 milhões de hectares.

Com o sinal, a BP Bunge conseguirá integrar suas máquinas em campo a uma central de operações de monitoramento em tempo real, que hoje trabalha com conexão por satélite. Com o sinal 4G e sensores embarcados nas frentes de trabalho em campo, a companhia obterá dados que otimizarão as operações, reduzindo gastos com combustível e com máquinas, e evitando ocorrências que hoje afetam o potencial produtivo dos canaviais. No total, 15 sistemas de monitoramento serão instalados para aproveitar o sinal 4G.

Geovane Consul, CEO da BP Bunge, afirma que uma das tecnologias mais promissoras é a de monitoramento dos trabalhadores que comandam as máquinas em campo. Haverá uma câmera em cada cabine das colhedoras capaz de detectar sinais de sonolência dos operadores, como piscadas em excesso ou se a cabeça do trabalhador está tombando. Quando um sinal é identificado, a central é acionada e um comando paralisa a máquina, evitando acidentes.

As máquinas também terão sensores que enviarão dados à central sobre aquecimento do motor, vibração de torque, entupimentos e outros indicadores. Segundo Consul, a ideia é conjugar os sensores a uma inteligência artificial que indica quando é necessário trocar peças e que já aciona o sistema administrativo para encomendar peças à John Deere, parceira da BP Bunge.

“Quando a máquina chegar à oficina, o trabalho dos técnicos será apenas fazer a substituição. Com isso, ganhamos tempo, e evita-se quebras inesperadas em feriados ou fim de semana”, diz.

Com o 4G, o sistema de monitoramento das máquinas também verificará em tempo real a velocidade da frota, a altura da plataforma das colhedoras e outros indicadores que podem auxiliar na redução do gasto com diesel. “Já fizemos um piloto na Usina em Edeia [GO] e os ganhos são espetaculares”, diz o CEO da sucroalcooleira.

Segundo ele, o consumo de diesel já caiu 30%. O impacto para a companhia pode ser grande, já que hoje a BP Bunge gasta R$ 600 milhões ao ano com diesel.

A companhia também vai aproveitar as torres da TIM para instalar câmeras de alta resolução que identificam sinais de incêndio em um raio de 25 quilômetros. Um software identifica fumaça e aciona os bombeiros. Um projeto-piloto já permitiu a redução da área queimada por hectare em 52%.

Fonte: Globo Rural