Brasil gastará r$ 20 bilhões anualmente para importar gasolina
23-06-2017

Sem incentivos para a produção de bioenergia, Brasil terá de importar mais gasolina e não cumprirá o Acordo do Clima
Sem incentivos para a produção de bioenergia, Brasil terá de importar mais gasolina e não cumprirá o Acordo do Clima

RenovaBio gera excelente expectativa para o agronegócio

* Marcos Françóia

Se nada for feito para incentivar a produção de bioenergia, em um futuro próximo o Brasil terá que importar mais gasolina, o que indica gastos anuais na ordem de R$ 20 bilhões. Além disso, veremos o sucateamento da infraestrutura que o país possui para produzir equipamentos de alta tecnologia, a redução de investimentos agrícolas e, em toda a cadeia produtiva, a perda da geração de empregos. Ainda, o Brasil corre o risco de não cumprir com as metas estabelecidas no Acordo do Clima, assinado em Paris no ano de 2015, onde se compromete que até 2030 a matriz energética brasileira será composta com 18% de biocombustíveis.

A fonte de energias renováveis tem cada vez mais espaço na matriz energética brasileira e isso se intensifica a cada sinal claro dos danos ambientais causados pela emissão de gases, que é o chamado efeito estufa e aquecimento global. Atualmente estima-se que o Brasil tem pouco mais que 40% de energia renovável e isso pode ser muito maior.

Só em relação a produção de energia elétrica, 64% é oriunda de hidrelétricas e aproximadamente 8% são geradas através da biomassa. Estima-se que, se aproveitada toda a capacidade de biomassa de cana-de-açúcar, sozinha, haveria um potencial de gerar 24% da energia consumida na rede até 2024.

As indefinições e a falta de visão estratégica das políticas públicas são as principais causas do atraso nas implementações de projetos e inovações que viabilizem uma redução de custos e receitas justas. Isso tem gerado muitos prejuízos aos projetos já existentes de produção de energia limpa e alternativa, protelando outros projetos e por consequência tem somado danos irreparáveis nas indústrias do seguimento, no agronegócio e também aos cofres públicos.
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