Cana de três dígitos é a solução?
24-08-2017

A correta alocação de variedades no ambiente de produção é fundamental
A correta alocação de variedades no ambiente de produção é fundamental

A produtividade de três dígitos é algo que deve ser buscada, mas com a avaliação de um conjunto de fatores

*Ana Carolina Palazzo

O setor sucroenergético passou por muitos ciclos ao longo dos últimos anos. De maneira geral, mesmo com períodos de preços favoráveis para os principais produtos, como o açúcar e a bioeletricidade, os desafios foram grandes. Existem fatores que não estão diretamente sobre o controle da cadeia produtiva, como, por exemplo, situação econômica do país, crédito, preço das commodities, políticas públicas e tantos outros. Dessa forma, para driblar períodos de instabilidade, é necessário focar em temas que podemos administrar.

Nesse sentido, a produtividade é um dos principais pontos. Muito se fala sobre a necessidade de aumento no rendimento dos canaviais. Nos últimos anos, dados de diferentes fontes, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e outras, mostram a baixa evolução do setor sucroenergético nesse quesito.

Na safra 2009/10, por exemplo, os canaviais do Centro-Sul¹ tiveram um rendimento médio de 90 ton/ha. Na última safra (16/17), esse valor foi de 78 ton/ha, segundo levantamentos do Pecege. Esse resultado é reflexo principalmente dos baixos investimentos nos canaviais, decorrente de períodos de baixos preços e situação desfavorável dentro do país.

No entanto, existem outros fatores igualmente importantes e controláveis, que precisam ser analisados para obter o melhor retorno possível da cultura. Alguns dos principais são: idade média do canavial e valor de arrendamento. Ambos estão, inclusive, relacionados com a produtividade.

A idade média do canavial é algo impactado por muitos fatores, como a qualidade dos processos, do plantio a colheita, correta alocação de variedades no ambiente de produção, entre outros.

Levantamentos do Pecege mostram que, com produtividade de 70 ton/ha, 130 kg de ATR/ton e um ciclo de cinco cortes, a margem da atividade passa a ser positiva com o valor do ATR acima de R$ 0,70/kg. Na safra 16/17, o ATR Consecana foi fechado em R$ 0,68/kg. Ou seja, um canavial com poucos cortes e um baixo índice de produção, não é a solução, pois depende de preços em patamares mais altos, o que nem sempre acontece. O mais importante é que a longevidade precisa estar atrelada à produtividade da lavoura.

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