Cana transgênica e semente sintética de cana estão entre as novidades do CTC
10-08-2015

O desenvolvimento de pesquisa e tecnologia é um dos principais caminhos para o setor sucroenergético sair da crise, e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) se empenha para apresentar à cultura canavieira alternativas que cooperam para a sustentabilidade do negócio.

O CTC prepara-se para lançar duas novas variedades de cana: CTC 800 HP -hiperprecoce, que oferece maior quantidade de açúcar já nos meses de março e abril, mais fibra e baixo índice de florescimento. E a variedade CTC 8001M, com maior produtividade mesmo em ambientes restritivos, melhor brotação e maior longevidade. Segundo Rodrigo Almeida, gerente regional de vendas, nos vários ensaios ao longo dos anos as duas variedades apresentaram resistência às diversas doenças da cana.

Mas as pesquisas do CTC vão além do melhoramento genético, o Centro investe em biotecnologia, preparando para lançar, em 2017, a primeira variedade de cana transgênica comercial. William Burnquist, diretor de Negócios da área de Melhoramento Genético do CTC, observa que essa primeira variedade será tolerante a broca-da-cana, considerada a pior praga da lavoura canavieira. Burquist explica que a escolha por essa característica na primeira cana Bt, se deve ao fato de que a broca ainda é um desafio para o setor, estimasse que as perdas com o ataque da Diatréia spp (broca) nos canaviais sejam de R$ 3 bilhões por ano. “O combate nem sempre é satisfatório e os métodos atuais são de difícil execução”, diz o pesquisador.

A cana BT que está em desenvolvimento no CTC será altamente tolerante à broca durante todo o ciclo da cultura. Nos ensaios, a variedade que apresentou melhor resposta à modificação genética foi a CTC 20, cana com alta produtividade. Assim, o dossiê com todos os estudos sobre a CTC 20 Bt será o primeiro a ser submetido à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A pesquisadora Viviane Oliveira, diz que a expectativa é grande, e salienta que os trabalhos na área de biotecnologia não param, o próximo passo é oferecer variedades de cana Bt mais tolerante à seca, com maior teor de açúcar e mais biomassa. Mas ainda é muito cedo para qualquer previsão de lançamento.
Outra tecnologia que o CTC prepara é a semente sintética de cana, que promete revolucionar o plantio comercial desta cultura, tradicionalmente realizado por meio de toletes, representando alto custo, um dos motivos é a grande quantidade de cana utilizada na operação, em torno de 20 toneladas por hectare, já o plantio por semente de cana utilizará 300 quilos.

Segundo a pesquisadora Danila Passarin, responsável pelo projeto, a semente apresenta alta sanidade, irá promover mudanças no preparo de solo e seu plantio será realizado por uma plantadora muito menor que a utilizada no plantio convencional, e a operação será muito mais rápida, pois a plantadora terá cinco linhas (o CTC trabalha no desenvolvimento da máquina). A expectativa de lançamento da semente artificial de cana é 2018.

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