Colhedoras de cana exigem manutenção especial
04-01-2017
Com o fim do corte manual, as colhedoras são responsáveis por 100% da entrega de matéria-prima à usina
Até o início dos anos 2000, as safras canavieiras eram bem delineadas, com seis meses de moagem e seis de entressafra. Entretanto, de lá para cá, esse cenário vem se alterando mais e mais a cada ano. Atualmente, o que se vê são safras extremamente longas e entressafras cada vez mais curtas. A janela reservada para as manutenções das estruturas industriais e agrícolas que eram de 160 dias, já se restringe a apenas 60.
São vários os motivos que levaram o setor a adotar essa medida. Um deles é o fator climático. No ciclo passado, por exemplo, a grande incidência de chuvas, devido à influência do fenômeno climático El Niño, deixou muita cana em pé, fazendo com que várias unidades optassem por continuar o processamento, estendendo a moagem até os primeiros meses de 2016. Outro motivo, e o principal deles, é a grande necessidade de se fazer caixa, devido à intensa crise financeira que já se prolonga por quase 10 anos no setor canavieiro.
Porém, embora positivo do ponto de vista financeiro, o encurtamento da entressafra significa um período menor para as manutenções na indústria e também nas máquinas e implementos agrícolas. Caso esses reparos sejam negligenciados, a safra vindoura poderá ser seriamente comprometida, com constantes quebras e, consequentemente, interrupção da produção.
Nesse cenário, as colhedoras são as que mais devem receber atenção, pois, com o fim do corte manual, elas são responsáveis por 100% da entrega de matéria-prima à usina. Dessa forma, a falta de tempo para reparar toda a frota durante a entressafra tem levado os profissionais do setor a pesquisarem novos métodos de manutenção, que permitam a realização de todos os procedimentos necessários mesmo sem um período adequado para isso.
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