Com estímulo, PIB da China cresce 7,5% no segundo trimestre
16-07-2014

Com os estímulos adotados por Pequim, a economia chinesa (a segunda maior do mundo) cresceu 7,5% no segundo trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado e continua em linha com o ritmo desejado pelo governo.

O avanço foi próximo ao previsto por analistas, que estimavam expansão de 7,4% -o mesmo resultado obtido nos primeiros três meses deste ano. Na comparação com o período de janeiro a março deste ano, o crescimento do segundo trimestre foi de 2%.

Em abril, com a economia dando sinais de pouco vigor, o governo chinês anunciou um minipacote de estímulos para estimular o PIB.

Entre as medidas anunciadas, estavam a construção de projetos ferroviários e a redução na alíquota dos impostos de empresas de menor porte. Foram as primeiras ações concretas da China neste ano para estimular a economia.

Até então as autoridades chinesas pareciam dispostas a aceitar um ritmo mais lento de crescimento, em troca das reformas que visam priorizar o mercado interno, em troca do modelo adotado até agora, com peso maior para o setor exportador.

No entanto, o crescimento de 7,4% no primeiro trimestre, o menor em mais de um ano, parece ter revertido os planos de Pequim.

O resultado seria excelente para a maioria dos países, mas é distante do ritmo registrado pela economia chinesa até 2010, quando avanço superior a 10% era frequente.

A meta oficial de Pequim é de um crescimento do PIB neste ano de 7,5%. A última vez que a China não atingiu o objetivo governamental foi em 1998 -geralmente o número é superado com folga.

Alguns setores da economia chinesa demonstraram recuperar fôlego em junho, segundo os dados divulgados na manhã desta quarta-feira (16) em Pequim.

O crescimento da indústria, por exemplo, foi de 9,2%, ante 8,8% no mês anterior, o maior avanço registrado neste ano. O varejo, no entanto, perdeu parte da sua força: a expansão de 12,4% em junho foi 0,1 ponto percentual menor que a de maio.

BRASIL

Uma desaceleração da China tem impacto no mundo todo, especialmente para os países produtores de commodities (matérias-primas), que é o caso do Brasil.

No ano passado, os chineses compraram 19% de tudo o que o Brasil vendeu para o exterior, quase o dobro dos EUA, o segundo colocado.

Entre os 10 produtos mais vendidos pelo Brasil para o mercado externo no ano passado, 3 tiveram a China como seu principal destino: soja, petróleo e açúcar.

Por isso, o resultado do gigante asiático costuma ser acompanhado com muita atenção pelos investidores brasileiros, especialmente os ligados à produção de aço, como Vale e siderúrgicas.

No mundo, os chineses só compram menos produtos que os Estados Unidos. Em 2013, os asiáticos responderam por 10,3% da importação global, ante 12,4% dos norte-americanos.