Daninha de alta complexidade
03-12-2014
De difícil erradicação, a grama-seda pode causar significativos prejuízos à produtividade da cana. Especialistas afirmam que a forma mais eficiente de controle é através da reforma do canavial
Leonardo Ruiz
Distribuída em todas as regiões brasileiras, de norte a sul, a grama-seda vem ganhando cada vez mais espaço no setor sucroenergético, principalmente, devido à intensificação dos processos de mecanização da colheita. Originária da África tropical e Eurásia, é uma das plantas daninhas mais encontradas no planeta, chegando a ser registrada em mais de 100 países. No Brasil, está presente em culturas anuais e perenes, além de aparecer, também, em beiras de estradas e terrenos baldios.
Por seu uma planta daninha de alta complexidade, altamente competitiva e de difícil controle, as perdas relacionadas à grama-seda podem dizimar os lucros dos produtores canavieiros. Segundo Weber Geraldo Valério, consultor e sócio-diretor da Agro Analítica e Consult Agro, os prejuízos causados por essa daninha são altíssimos, devido a competividade com a cana-de-açúcar, principalmente por espaço, água e nutrientes.
“Um canavial infestado e com três cortes, cujo potencial era de 80 ton/ha, irá produzir apenas 45 ton/ha, ou seja, uma redução de 35 ton/ha. Além disso, há também um aumento de impurezas minerais e vegetais na indústria”. O consultor ressalta, ainda, que a grama-seda irá agir como hospedeira de nematoides, dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus, os mais danosos à cultura da cana-de-açúcar.
Valério afirma que a principal forma de disseminação da grama-seda é através das operações mecânicas, como sistematização, preparo de solo (subsoladores, sulcadores, operações de nivelamento), cortes mecânicos de mudas, cortes manuais de muda através de carregamentos, tratos de soqueira (cultivadores), além da colheita mecanizada.
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