De olho na redução de custos e aumento de produção, Uisa inicia testes com fertilizantes organominerais

21-11-2023

Companhia Mato-Grossense está instalando 1000 hectares de canaviais com a tecnologia em diversas épocas de plantio para obtenção do maior número de informações possíveis

Por Leonardo Ruiz

No dia 04 de novembro de 2019, a empresa Usinas Itamarati passou a operar sob novo nome: Uisa. A mudança marcou o início de um novo ciclo para a companhia Mato-Grossense, que deixou de ser uma usina com uma única matéria-prima e dois produtos (açúcar e etanol) para se tornar uma biorrefinaria, com foco na produção de energias limpas, alimentos e insumos à base de cana-de-açúcar e milho.

O processo de transformação da antiga Usinas Itamarati em biorrefinaria vem ocorrendo em diversas frentes, como a construção de uma planta de biogás, outra de processamento de etanol a partir do milho e uma última para secagem de levedura; ampliação da capacidade de cogeração de energia elétrica; maior participação na distribuição de etanol no Centro-Oeste e também na cadeia de nutrição animal; além da preparação de um ecossistema interno para receber indústrias que tenham interesse nas matérias-primas da companhia.

No campo, a Uisa incrementou os investimentos em novas tecnologias, técnicas e processos para que a cana-de-açúcar consiga expressar seu máximo potencial produtivo, diluindo dessa forma os custos de produção.

O objetivo principal dos testes com os OM é avaliar seus impactos na produtividade agrícola da cana-de-açúcar, uma vez que eles reduzem as perdas dos nutrientes, especialmente de fósforo e potássio

Foto: Divulgação Uisa

Um dos experimentos mais recentes consiste na aplicação de fertilizantes organominerais (OM) em diferentes épocas de plantio a fim de validar seus benefícios. Resultante da mistura física de adubos minerais e orgânicos, a aplicação de OM nos canaviais apresenta uma crescente consistente, em decorrência de seu efeito condicionador de solo e bioestimulante, capaz de levar a produtividade agrícola da cultura a novos patamares.

O gerente agrícola e manutenção da Uisa, João Bosco, explica que 1000 hectares de organominerais estão sendo instalados este ano em diferentes janelas de plantio, sendo elas: plantio de ano e meio, plantio de inverno e plantio de ano para viveiro. As variedades escolhidas foram: CTC1007, CTC4, IACSP01-5503 e IACSP97-4039.

Plantio foi realizado de forma manual e com organominerais “peletizados”, que garantem que todos os nutrientes presentes na fórmula sejam liberados de forma constante, gradativa e homogênea no campo

Foto: Divulgação Brasfertil

Segundo o profissional, o objetivo principal dos testes é avaliar os impactos dos organominerais na produtividade agrícola (TCH) da cana-de-açúcar, uma vez que eles reduzem as perdas dos nutrientes, especialmente de fósforo e potássio.

O plantio foi realizado de forma manual e com organominerais “peletizados”, que garantem que todos os nutrientes presentes na fórmula sejam liberados de forma constante, gradativa e homogênea no campo. “Esse é nosso primeiro contato com a tecnologia. Caso os resultados sejam positivos, poderemos incluir a técnica em nosso manejo fixo futuramente.”

Fertilizantes organominerais reduzem dependência de fontes nitrogenadas sintéticas, contribuindo para maior geração de CBIOs

Além de aumento de produtividade agrícola e redução dos custos, a Uisa também acredita que a utilização de fertilizantes organominerais (OM) pode ser um caminho para expandir a sustentabilidade na cadeia produtiva da cana-de-açúcar. A preocupação com o tema, inclusive, tem sido um dos focos da companhia nessa nova fase.

Atualmente, a Uisa possui diversas certificações que atestam a adoção de práticas sustentáveis em todo o processo de produção, do campo a indústria. E a expectativa é que o uso dos OM beneficie ainda mais essa frente, uma vez que eles diminuem a dependência de fontes nitrogenadas sintéticas. Fato que pode impactar positivamente as Notas de Eficiência Energética-Ambiental (NEEA) dentro do âmbito do RenovaBio. Maiores notas significam maiores quantidades de Créditos de Descarbonização (CBIOs) gerados e, consequentemente, maior retorno econômico para a unidade produtora.  

Benefícios gerais dos fertilizantes organominerais

Fonte: Brasfertil

Segundo o especialista em cana-de-açúcar da Brasfertil, Homero Moreschi, além de diminuir a dependência de fontes nitrogenadas sintéticas, os fertilizantes organominerais favorecem a sustentabilidade de diversas outras formas. “Por gradualmente liberar os nutrientes no solo, sua utilização também reduz a lixiviação e, consequentemente, a contaminação de aquíferos e corpos d’água, além de contribuir para o sequestro de carbono, auxiliando, dessa forma, a mitigar os impactos decorrentes das mudanças climáticas.”

Com um processo industrial pioneiro, sustentável e de alto padrão tecnológico, a Brasfertil é uma das líderes de mercado no fornecimento de fertilizantes organominerais para as mais diversas culturas, entre elas, a cana-de-açúcar. A empresa alia inovação e biotecnologia para desenvolver complexos húmicos que levam à potencialização e eficiência dos nutrientes, melhorando as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos e garantindo o melhor desenvolvimento das plantas.

Fonte: CanaOnline