Diante da previsão de déficit de combustíveis até 2030, importar seria grande erro: caminho viável é a biomassa
15-08-2016

 

Estimativas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgadas em abril desse ano, indicam que até 2030 o déficit de combustíveis do Brasil deve quadriplicar, se tornando o maior do planeta. Para a ANP, esse déficit terá que ser suprido pela importação.

Porém, o gerente de negócios da GranBio, Celso Fiori, afirma que esse, nem de longe, é o melhor caminho a ser tomado. "Caso haja aumento na importação, haverá grandes impactos na logística e, consequentemente, na balança econômica."

Fiori ressalta, ainda, que outras opções apontadas como possíveis soluções para esse déficit também não são viáveis. "O cenário político-econômico atual do país não permite a construção de novas refinarias. Redução no consumo também não é o que queremos no momento. Já os veículos elétricos, embora contem com grande apelo ambiental, não devem acontecer num futuro próximo."

Portanto, para ele, a solução mais viável é a biomassa da cana-de-açúcar, que, além de possuir potencial para suprir toda e qualquer necessidade de produção de combustíveis no Brasil, ainda permite a geração de inúmeras outras fontes de energia limpa. Dentro desse cenário, o gerente de negócios destaca as variedades de cana-energia, que, devido a sua alta produtividade e teor de fibras duas vezes maior do que o da cana convencional, permitem a exploração de mercados antes inexplorados, com a possibilidade de diversificação na produção de acordo com o momento atual de cada mercado. "Além de produzir etanóis de primeira e segunda geração e energia com mais eficiência, a cana-energia viabiliza, ainda, a produção de biogás, pellets e bioquímicos."

Esses dois últimos, inclusive, estão em alta no mercado mundial. O de bioquímicos, por exemplo, que em 2015 faturou US$ 50 bilhões, deve alcançar, em 2021, a marca de US$ 85 bilhões. "A biomassa da cana-energia tem, portanto, muito potencial para suprir esse potencial." Já a indústria de pellets também tem crescido exponencialmente, devido a incentivos dos governos. Uma das possíveis utilizações dessa tecnologia é na calefação de residências. Outra grande oportunidade é agir como substituta da lenha em indústrias e estabelecimentos comerciais, como olarias, padarias, pizzarias, indústrias químicas, têxteis e de cimento. "Esse é um grande mercado a ser explorado pelo setor canavieiro nacional."


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