Do chão batido a um dos maiores laboratórios em cana do Brasil
20-03-2017

Duas pesquisadoras construíram uma das maiores infraestruturas em biotecnologia de cana do país

Texto e fotos: Leonardo Ruiz

Quem visita o Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), localizado às margens da Rodovia Antônio Duarte Nogueira, no km 321, em Ribeirão Preto, SP, e dá uma passadinha no laboratório de biotecnologia da instituição se assombra com uma estrutura de ponta, que não deve nada aos grandes centros de pesquisa norte-americanos.

O laboratório, inaugurado em 2010, ocupa um espaço de mais de 800 m² e abriga as áreas de transgenia, marcadores de DNA, diagnóstico molecular e expressão gênica, além de uma biofábrica. Também possui a primeira câmara de foto período do Brasil, que permite reproduzir as condições ideais de temperatura e luz para floração da cana-de-açúcar.

Lá dentro, um grupo de pesquisadores trabalha incansavelmente buscando tornar a cana uma cultura mais produtiva e rentável. Hoje, algumas das principais pesquisas do Instituto são conduzidas ali, entre elas, a cana transgênica, uma aposta para o futuro do setor.

Porém, com tamanha sofisticação, fica difícil imaginar que, há apenas oito anos, o local não tinha a mínima estrutura para sediar um centro de pesquisa. Quando as pesquisadoras Silvana Creste Souza e Luciana Rossini toparam o desafio e se mudaram para o interior paulista, o local era bastante rudimentar. Hoje, o cenário é outro, e o laboratório, outrora pequeno e limitado, já é um dos maiores e mais bem equipados centros de pesquisa em cana-de-açúcar do mundo.

No meio do mato, sem asfalto e com energia elétrica precária

Em 2004, o IAC realizou um concurso público para novos pesquisadores interessados em trabalhar com cana-de-açúcar. Silvana Creste e Luciana Rossini estiveram entre as profissionais contratadas. A primeira foi direcionada para trabalhar em Campinas, enquanto a outra acabou sendo, posteriormente, designada para Ribeirão Preto, devido a maior proximidade com sua família.

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