Embora ainda seja a mais colhida, 7515 deixa o posto de mais plantada
31-07-2017

GRÁFICO PLANTIO 7515. Fonte: RIDESA
GRÁFICO PLANTIO 7515. Fonte: RIDESA

Quando bem manejada, a variedade de cana RB867515 ainda apresenta excelentes resultados

Depois de tantos anos à frente dos censos varietais, parece que a RB867515 começa a perder a coroa. Em 2015, perdeu o posto de variedade mais plantada. É o que indica o Censo Varietal daquele ano, realizado pela RIDESA em 138 unidades dos estados de SP e MS. Segundo a Rede, a 7515 foi a segunda variedade mais plantada em 2015, com 16,7% contra 17,3% da RB966928. Em 2016, o fato se repetiu.


Rubens Braga Jr, consultor do IAC., afirma que ela continuará sendo a variedade mais cultivada por alguns anos, já que seu nível de concentração ainda é elevado. Porém, segundo ele, este número tende a começar a cair já nesta safra. Dados preliminares do Censo Varietal IAC de 2017 já indicam que houve uma redução de 4% na área cultivada com 7515 no Brasil em relação ao ano passado, saindo de 28% para 24%. “Essa queda só não é maior devido ao reduzido índice de renovação dos canaviais dos últimos anos, que ficou abaixo dos 15%.”

O consultor do IAC observa que as variedades que estão ganhando espaço nos censos varietais são novas, desenvolvidas pensando no manejo mecanizado e que perfilham mais do que a 7515. Exemplos disso são as RB966928, RB92579, CTC4 e a IAC91-1099. “Não podemos negar que esse material deu uma contribuição fantástica para o setor. Mas, é importante lembrar que ele foi criado para outro tipo de manejo, não favorecendo a mecanização.”

Braga Jr. ressalta que a introdução de variedades modernas deve ser o caminho adotado pelos produtores e as usinas, pois os programas de melhoramento nunca irão lançar um material que seja inferior aos anteriores. “Por medo de arriscar, os produtores e usinas permanecem sempre nas mesmas variedades, mas a segurança vai contra a chance de obter resultados melhores. Se não arriscar, as médias de produtividade continuarão sempre as mesmas, o que ocasionará uma quebra geral em todo o setor.”

Já para o Prof. Marcio Henrique Pereira Barbosa, da UFV, dificilmente outras variedades, mesmo as “modernas”, conseguirão suplantar a produtividade da RB867515 quando bem manejada. “A recomendação aos produtores, em especial aos jovens que iniciam na cultura da cana-de-açúcar, é conhecer bem o seu ambiente de produção e adequar procedimentos de controle de qualidade para validação de novas variedades e novos clones nas áreas sob sua administração. Desta forma, conseguirão explorar o máximo de produtividade utilizando as variedades disponíveis no mercado.”


Porém, o pesquisador ressalta que a RIDESA apoia a renovação do plantel, tanto que a busca por novas variedades é uma realidade dentro da Rede, que já possui, além das variedades recém-lançadas, centenas de clones com bom potencial para substituir parcialmente a RB867515. “Sabemos que a 7515 tem suas limitações e com o passar do tempo será substituída. Por conta disso, estamos trabalhando para obter variedades que venham a superá-la nos ambientes em que ela é destaque. Entretanto, enquanto isso não ocorra, não podemos simplesmente dizimá-la, mas sim manejá-la da melhor forma, visando explorar seu máximo potencial produtivo.”

Veja matéria completa na editoria Capa na edição 43 da revista Digital CanaOnline. No site www.canaonline.com.br você pode visualizar as edições da revista ou baixar grátis o pdf.
Mas se quiser ver a edição com muito mais interatividade ou tê-la à disposição no celular, baixe GRÁTIS o aplicativo CanaOnline para tablets e smartphones - Android ou IOS.