Etanol da batata-doce irá ajudar Mato Grosso, afirma Galli
27-10-2016

O Brasil é um dos maiores produtores de etanol do mundo. Mais de 20% de todo esse tipo de combustível produzido no mundo é oriundo de usinas brasileiras. O país é considerado o mais eficiente na produção de combustíveis renováveis, graças ao potencial do etanol obtido através da cana-de-açúcar. E, um novo insumo para a produção de Etanol ganha espaço no setor usineiro e pode representar avanços inimagináveis. A Universidade Federal de Tocantins (UFT) iniciou pesquisas e testes ainda na década de 90 sobre o uso da batata-doce para produção de etanol. Nos últimos anos, os estudos avançaram e novas usinas se adaptaram para a produção de combustível com essa nova matéria prima.
Uma imposição do Governo Federal, por meio do ZAECANA (Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar), limitou para 10% o uso do território de Mato Grosso para a produção de cana-de-açúcar. E, para ultrapassar esse obstáculo criado pelo Governo, o agronegócio buscou se adaptar para não perder produtividade. Mesmo sem apoios, usineiros estão buscando alternativas e a modernização do setor. O milho e a batata-doce modificada geneticamente para a produção de etanol se tornaram novas opções. Mas, após comparativos, o etanol originado da batata-doce se demonstrou mais lucrativo e viável em Mato Grosso. O valor de venda do etanol originado do milho, da usina para distribuidora, em janeiro de 2016, registrou a marca de R$ 2,20. Na conta, o milho é uma opção rentável, porém o negócio se torna ainda melhor com a batata-doce.
“Precisamos do apoio do Governo Federal. O setor usineiro precisa de apoio. Estamos vendo bons empreendedores e um bom produto para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. Os Estados Unidos dão aula de livre mercado e a China já compreendeu a importância do etanol da batata-doce. Já passou da hora do Brasil apreender alguma coisa de empreendedorismo e visão de negócios”, destacou Galli.
O custo da “produção” do Etanol com a batata-doce é maior, num primeiro momento, devido aos produtos químicos e enzimas que farão a quebra do amido. Mas este custo é compensado com a redução em 60% na matéria prima, a batata-doce é muito mais barata.
Um litro de etanol obtido através da batata-doce custa para a usina R$ 1,07, ou seja, 39% a menos que o mesmo produto extraído do milho, por exemplo.
“Algumas das preocupações dos usineiros são a alta carga tributária e a intervenção do Governo Federal no setor privado. O Governo, através da Petrobras, é concorrente dos usineiros, pois supervaloriza os combustíveis advindo do petróleo em detrimento do etanol. O Governo Dilma atrapalhou muito o setor. Tivemos, até 2014, mais de 40 usinas fechadas e, aproximadamente, 30 em situação de falência. Precisamos ampliar o número de usinas e espero que o Governo Temer tenha este entendimento. Chega de perder espaço para os chineses. Temos que ser concorrentes da China e dos Estados Unidos, não podemos ficar para trás”, finalizou o parlamentar.