Expectativa é que em 2017, recolhimento de palha volte a ser bom negócio
13-10-2016

Preço da energia no mercado livre já apresenta recuperação

São vários os fatores que animam o negócio da bioeletricidade em 2017:

- A possibilidade de o Brasil voltar a crescer e, com isso, necessitar de mais energia elétrica;

- A geração de energia no setor sucroenergético será favorecida pelas metas estabelecidas na Conferência do Clima (COP 21), o Brasil se comprometeu a passar dos atuais 11% de participação na matriz elétrica brasileira para 23% em 2030, somando biomassa, eólica e solar, ou seja, o setor tem potencial muito grande;

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que vai prestigiar as fontes renováveis e extinguirá apoio a térmicas a carvão e óleo;

- O mercado livre de energia, em que consumidores industriais e comerciais selecionam seu fornecedor em contratos de curto ou longo prazo, está em franca expansão em virtude do amadurecimento do mercado e pela alta das tarifas no mercado cativo. Em 2011, havia cerca de mil consumidores livres. Ano passado, esse número saltou para 1826 e deverá chegar a 3221 até dezembro. Enquanto na metade da década de 2000 esse movimento era conduzido por grandes empresas como mineradoras e siderúrgicas, hoje é liderado por consumidores especiais com menor carga, como redes de supermercados, universidades e hospitais, interessados em reduzir seus custos.

A retomada do crescimento do mercado livre abre uma grande oportunidade para a venda da energia elétrica excedente das usinas de açúcar e álcool para as comercializadoras de energia e para os consumidores livres, firmando contratos de médio e longo prazo que trazem receita adicional e previsibilidade ao fluxo de caixa de seus negócios.
Em 2014, o mercado livre de energia chegou a pagar mais de R$ 800,00 o megawatt-hora (MWh), o que estimulou investimentos em recolhimento de palha, que unida ao bagaço aumenta a geração de energia, ou os dias de geração por parte da usina.

A energia passou a ser um excelente negócio, tanto para as unidades sem contrato de longo prazo para fornecimento de energia, como para as com contrato, muitas passaram a investir para aumentar a geração, disponibilizando a sobra para o mercado livre.

Enquanto as unidades sucroenergéticas corriam atrás de soluções para melhorar o recolhimento de palha da cana, empresas trabalhavam no desenvolvimento de tecnologias para o aleiramento, enfardamento, transporte e trituração dessa biomassa.

A alta remuneração começou a ser revertida no fim de 2014, quando o governo federal decidiu reduzir o valor teto do PLD de R$ 822,83/MWh para R$ 388,48/MWh. O preço da energia para 2015, então, passou a ser balizado por esse valor, e o custo da energia para contratos de curto prazo permaneceu próximo do limite estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em 2015, mesmo com o menor preço, em torno de R$400/MWh vender energia ainda era um bom negócio. Tanto que chamou muito a atenção o anúncio da primeira colheita no Brasil de cana-energia (variedade de cana voltada para a bioeletricidade e produção de etanol celulósico). Outra notícia que fez sucesso, foi a produção de energia por meio do biogás da vinhaça.

No primeiro semestre de 2016, o preço de energia no mercado livre despencou para R$ 59/MWh. Mas no segundo semestre iniciou a recuperação, em outubro está em média R$ 214,32/MWh. E o cenário é de elevação, o que deve reaquecer o uso da palha da cana.

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