F&S Bioenergia prevê inaugurar em junho usina de etanol de milho
02-09-2016

A F&S Bioenergia, joint venture entre a brasileira Fiagril a gestora americana Summit Agricultural Group, espera concluir em junho de 2017 a construção de sua primeira fábrica de etanol produzido exclusivamente a partir de milho com um aporte de R$ 450 milhões. A unidade está sendo construída em Lucas do Rio Verde (MT).

A companhia foi criada em 2014 para a construção da fábrica, que inicialmente terá capacidade de produzir 220 milhões de litros do biocombustível. A planta, porém, foi desenhada para que possa ser duplicada “se o mercado permitir”, afirmou Rafael Abud, diretor da F&S Bioenergia, ao Valor.

A fábrica terá capacidade de voltar toda sua produção para o etanol anidro (misturado à gasolina) como para o hidratado (que compete com o combustível fóssil). O objetivo, segundo Abud, é abastecer a demanda por etanol hidratado de Mato Grosso e a demanda por etanol anidro das regiões Norte e Nordeste, que depende da produção do Centro-Sul e eventualmente dos Estados Unidos. “Devemos colocar o etanol de forma competitiva no Nordeste”, avaliou o executivo.

A aposta na construção de uma planta de etanol exclusivamente a partir do milho se deve à oferta elevada do grão em Mato Grosso. “Há excesso de produção e os preços do milho ficam sempre depreciados. É uma oportunidade de comparar a preços baixos”, justificou Abud.

A planta também terá capacidade de produzir anualmente até 180 mil toneladas de farelo de milho, das quais 120 mil toneladas serão de farelo com alto teor de fibra e 60 mil toneladas de farelo com alto teor de proteína, além de 6 mil toneladas de óleo de milho.

Também serão instaladas caldeiras que permitirão gerar energia elétrica a partir de biomassa. A capacidade de cogeração será de 16 megawatt-hora (MWh) por ano, mas como o processo deve consumir 7 MWh, a capacidade de vender energia ao sistema integrado nacional ficará em 9 MWh, segundo Abreu.

A companhia deve utilizar um “mix” de biomassas para produzir energia e está avaliando a utilização de cavaco de madeira, eucalipto, bagaço de cana­de­açúcar, capim e palha de milho.