Gasolina está mais cara e álcool só é vantajoso em cinco estados do país
12-02-2015

Mesmo com a alta da gasolina, abastecer com álcool também está caro. Só vale a pena escolher o álcool nos estados de SP, MG, GO, MT e MS.

A indústria da cana-de-açúcar aposta que o etanol vai ganhar mercado nesse ano e aumentou a produção do produto. Mesmo assim, o preço continua alto.
Um levantamento da ANP (Associação Nacional do Petróleo) mostrou que mesmo com o aumento da gasolina, abastecer com álcool só é vantajoso nas capitais de São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

Encher o tanque tem sido quase o mesmo que esvaziar a carteira. Principalmente agora quando o etanol, que deveria ser a solução, também não resolve o problema. "Eu prefiro gasolina porque é melhor e rende mais. O álcool não rende nada e, para mim, está muito caro", afirma o motorista Carlos Bezerra.

Os produtores justificam que o etanol hidratado, que é o tipo usado pra abastecer, só está caro por causa da entre safra da cana-de-açúcar, que começou em dezembro e termina no final de março. Depois disso, o preço deve cair.

A entressafra, aliás, mostra que o setor aposta que nesse ano, fabricar etanol vai dar lucro, tanto que aumentou a produção em relação ao ano anterior.

Os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) mostram que atualmente só é vantajoso abastecer com álcool em cinco capitais, mas uma delas é São Paulo, justamente o lugar que tem uma frota do tamanho da que existe na capital paulista, ou seja, a maior do país. Quer dizer, ter muito carro rodando com etanol por aqui, faz toda a diferença para o setor.

Mas até quem prefere a gasolina, de uma certa forma também está abastecendo com álcool. É simples. Hoje, cada litro de gasolina como o que sai da bomba tem 25% de etanol, ou seja, 250 mililitros de álcool. Em 16 de fevereiro essa mistura vai aumentar um pouco, para 27%, o equivalente a 270 mililitros. Parece pouca coisa a mais. Só que acredite: não é.

“Você ter uma demanda cativa de 27% do consumo de combustível pelo menos. Porque digamos que não houvesse mais o hidratado, só houvesse a gasolina de fato e fosse 27%, isso é um volume gigantesco de etanol para ser vendido. É um mercado bastante interessante”, analisa Amaryllis Romano, economista da Tendências Consultoria.