Governo não alterará tributos de combustíveis, diz ministra Kátia Abreu
26-02-2015

O governo não vai alterar a tributação imposta aos combustíveis, mas tentará atender outras reivindicações dos caminhoneiros para encerrar a greve.

A informação é da ministra Kátia Abreu (Agricultura), que participa das reuniões interministeriais que tentam caminhos para negociar com a categoria, que tem parado estradas pelo país.

O diálogo está sendo travado com empresários do setor produtivo rural, da agroindústria, transportadores que contratam os caminhões e dos caminhoneiros no Ministério dos Transportes, em Brasília.

"As reivindicações básicas dos caminhoneiros são justas e o governo está tendo todo o empenho em atendê-los", disse.

Já sobre o pleito da categoria para redução do preço do diesel, a ministra afirmou que "o governo está bastante convicto da importância de manter a Cide e de não flexibilizar em relação à questão fiscal". Kátia reforçou que o governo tem convicção de que são corretas todas as medidas econômicas tomadas até agora e por isso irá mantê-las.

"Mas isso não fecha o diálogo. Temos outras formas importantes de atendê-los. Por exemplo, as 'traders', que são as grandes contratantes embarcantes, vieram todas para Brasília e estão totalmente dispostas ao diálogo com os transportadores", acrescentou.

Essa discussão, porém, não significa a intenção de realizar um tabelamento de preços, que iria conta as regras de livre mercado.

"Espontaneamente as 'traders' dão uma sinalização aos transportadores de que o diálogo é possível", afirmou.

Kátia Abreu disse ainda que as negociações estão ocorrendo de forma "animadora" e que tem certeza de que "sairá uma solução adequada" para a greve. CONCIDÊNCIAS Kátia Abreu destacou que a greve dos caminhoneiros ocorre no momento em que o setor agropecuário vive problemas com sua colheita, o que chamou de "coincidência".
"A safra de soja no Mato Grosso, que é o maior produtor no Brasil e do mundo, teve um plantio tardio e portanto está atrasando a colheita. Se a colheita tivesse começado uns dias antes, o plantio uns dias antes, talvez não estivéssemos vivendo esta greve", afirmou.

"O atraso na janela de plantio, por conta da chuva, deu esse problema de achatamento dos preços, que já vinham sendo achatados ao longo do tempo. Mas essa ausência de trabalho desespera qualquer pessoa, patrão, empregado, profissional liberal, não há quem se desespere por falta de trabalho."

Para a ministra, ainda há outro ponto importante nesse cenário que é a depressão internacional do preço da soja, que afeta o mercado e a cadeia como um todo.

"O que quero dizer é que estamos vivendo um problema focado, principalmente na soja e no milho, é um problema estritamente de mercado, mas isso não significa que para essa categoria que está devendo financiamento e está passando dificuldades, como são os caminhoneiros, não possam ter um alento uma mão estendida do governo para solucionar os seus problemas."