Inovação: o caminho para superar desafios e ganhar competitividade
23-08-2017

“Lei do Bem” criou uma série de benefícios fiscais, para reduzir o pagamento de tributos por parte das empresas

Ana Malvestio1 e Lara Moraes2

O ano de 2016 foi bastante desafiador para a indústria de proteína animal no Brasil. Para os segmentos de carne suína e de frango, o principal obstáculo foi a alta do preço do milho, já que o cereal é o principal componente da ração animal e, para estes setores, a alimentação representa cerca de 75% do custo de produção. Já para a indústria de carne bovina, o principal problema foi a redução das margens da atividade, uma vez que a baixa oferta de animais elevou o preço da arroba e com a crise econômica enfrentada pelo país, os frigoríficos não conseguiram repassar este aumento para os consumidores. Ainda assim, com a deterioração da renda da população, o consumo de carne bovina per capta atingiu o menor patamar em 15 anos.

Diante deste cenário, fica claro que todos os envolvidos com cadeias de produção de commodities não são capazes de controlar os ciclos de alta e baixa de preços, ficando vulneráveis a essas oscilações. Isso faz com que seja imprescindível ter uma produção eficiente, com foco em produtividade e controle de custos para que os resultados financeiros não sejam tão afetados em momentos de variações de preços.

Uma das maneiras para aumentar a rentabilidade e eficiência dos processos de produção, em qualquer área de negócios, é por meio da inovação, do investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), seja para aprimorar processos, inserir tecnologias ou desenvolver novos produtos. No agronegócio e no setor de carnes, em especial, não é diferente.

A indústria de carnes é inovadora e não faltam exemplos de melhorias desenvolvidas no setor. Na produção animal podemos citar o melhoramento genético de animais, desenvolvendo raças mais produtivas e adaptadas a cada atividade, o desenvolvimento de instalações padronizadas, mais modernas, que privilegiam o bem-estar animal e o surgimento de novos produtos de nutrição e saúde animal. Na indústria, tivemos a elaboração de novos equipamentos, que permitem maior automação e eficiência da produção. Além disso, houve a criação de produtos com novas características, como orgânicos, temperados, com menos sódio, em embalagens menores e com maior tempo de prateleira.

Para aprimorar processos de produção e desenvolver novos produtos é necessário investimento por parte das empresas em P&D e também paciência, já que é um trabalho de longo prazo. Além disso, as atividades de P&D representam grandes incertezas quanto à obtenção de retorno financeiro e por isso se tornam arriscadas, já que parte do que se pesquisa e desenvolve pode não atingir o seu objetivo e não trazer o resultado esperado. Desta maneira, muitas vezes a área deixa de ser explorada, especialmente, em momentos de dificuldade financeira.
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