Lucimar Oliveira, operadora de colhedora de cana na Coruripe, no VI Encontro Cana Substantivo Feminino
07-02-2017

“Se a cana estiver em pé, posso ir um pouco mais rápido, mas se estiver caída, tem que diminuir a velocidade”, diz Lucimar
“Se a cana estiver em pé, posso ir um pouco mais rápido, mas se estiver caída, tem que diminuir a velocidade”, diz Lucimar

VI Encontro Cana Substantivo Feminino – 16 de março em Ribeirão Preto, SP. Inscrições antecipadas grátis pelo site: www.canaubstantivofeminino.com.br

Em Minas Gerais, mulheres operam com destreza as colhedoras de cana. Enre elas está Lucimar Silva Oliveira, funcionária do Grupo Coruripe - Unidade Limeira do Oeste. Ela entende que para ser um bom profissional nessa tarefa precisa estar disposto a aprender um pouco mais a cada dia.

Mas para mulher o fardo é ainda mais complicado. “Existe certo preconceito, mas não com a equipe da usina, que é muito correta, mas no dia a dia da cidade. Pensam que por trabalharmos ‘no meio do mato’, com outros homens, que a coisa é bagunçada, mas não é. E isso atrapalha”, relata Lucimar, que é casada, mas nunca teve problema com o marido pela função que exerce. “Ele também trabalha na usina e tem muito orgulho do que faço.”

No setor sucroenergético, Lucimar já trabalhou com caminhão, transbordo e desde 2010 lida com colhedora de cana, não se importando se o turno é de dia ou de noite. “Quando chego para trabalhar, primeiro dou uma volta para ver se está tudo ok e vejo o tipo de cana para controlar a velocidade e calibrar a máquina na altura certa”.

Ela relata que a característica do canavial influencia na velocidade da operação com a colhedora. “Se estiver em pé, posso ir um pouco mais rápido, mas se estiver caída, tem que diminuir a velocidade, sempre prestando muita atenção no divisor de linha. Precisa estar no ponto certo para não ficar cana no chão. Se estiver tudo bem, vemos a cana entrando na boca da máquina certinho e isso é a maior satisfação.”

Para Lucimar, o mais difícil na operação com a colhedora é quando tem que colher à noite um canavial muito deitado. “Fica difícil ver a rua da cana. Aí temos que ter certa prática, conhecimento. Por isso, quanto maior a experiência, melhor para a qualidade da operação.” Mas nada que ela não tire de letra.

“Mulher tem que correr atrás. Temos que mostrar que podemos trabalhar de igual para igual com o homem”, afirma Lucimar, que já está na contagem regressiva para o início da próxima safra em Limeira do Oeste.

Lucimar será uma das debatedoras do VI Encontro Cana Substantivo Feminino, no painel: FAZER DIFERENTE – mulheres que implementam novas práticas de produção; meios para se manter na atividade; promovem ações que transformam vidas; e conquistam postos antes considerados “serviço de homem”.

VI Encontro Cana Substantivo Feminino – dia 16 de março no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, SP. Inscrições antecipadas grátis pelo site: www.canaubstantivofeminino.com.br