Mais produtividade nas novas fronteiras da cana
04-07-2014

O uso de adubação verde aumenta a produtividade em áreas de pastagens degradadas e contribui para alcançar a cana de três dígitos

Luciana Paiva


Nas novas fronteiras canavieiras, em sua maior parte, o plantio da cana acontece em áreas de pastagens degradadas. Segundo o pesquisador Newton Macedo, essas áreas são resultado de um processo dinâmico de degeneração ou de queda relativa da produtividade, com perda da capacidade de recuperação natural das pastagens, assim como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras. “Dentro deste contexto, é preciso não desconsiderar que os solos sob cerrado são originalmente ácidos e pobres em nutrientes”, salienta Macedo.
Solo de melhor fertilidade é uma das condições para a cultura da cana expressar seu potencial produtivo e longevidade, com maior número de cortes, mas não é esse o cenário das novas fronteiras canavieiras. Para muitos, esse fator é um dos responsáveis pela queda de produtividade do setor. “Alcançar a sonhada cana de três dígitos é mais fácil na região de Ribeirão Preto, por exemplo, mas no cerrado a coisa complica, pois as condições são desfavoráveis”, diz Ismael Perina, produtor de cana.
Mas a Cerradinho Bio, com sua unidade Porto das Águas, localizada em Chapadão do Céu, em pleno cerrado goiano, mostra que a cana de três dígitos também pode ser realidade em áreas de pastagens degradadas. A Cerradinho produziu nas últimas duas safras mais de 100 toneladas de cana por hectare - 104 em 2013/14 e 109 em 2012/13, 30% acima da produtividade das usinas de São Paulo. "Como eram pastagens degradadas, antes de plantar cana, cultivamos por dois anos crotalária, planta que fixa mais nitrogênio no solo", explica o diretor de operações agroindustrias da Cerradinho, Fernando Tersi. Na safra passada a unidade moeu 4 milhões de toneladas de cana. E pretende chegar a 5 milhões nos próximos cinco anos.
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