Mais um problema para o setor: controlar a mosca-dos-estábulos
14-09-2016

No Brasil, estimativas apontam prejuízos anuais causados por esta mosca superiores a US$ 300 milhões

Taciany Ferreira de Souza Dominghetti

Conhecida popularmente como mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), esta mosca tem se destacado como uma praga de grande importância para os setores pecuário e sucroenergético.

De hábito hematófogo e sem especificidade por hospedeiros, alimenta-se de animais silvestres, domésticos e humanos. Esta praga possui um aparelho bucal picador-sugador e ao se alimentar de seus hospedeiros, especialmente bovinos, causa picadas doloridas que provocam alterações comportamentais nos animais.

No Brasil, estimativas apontam prejuízos anuais causados por esta mosca superiores a US$ 300 milhões, excluindo o impacto decorrente dos surtos ocorridos recentemente em várias regiões do Brasil. De modo geral, os surtos têm se concentrado nas regiões Centro-oeste e Sudeste do país, principalmente nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.

As larvas e pupas da mosca-dos-estábulos se desenvolvem em diversos tipos de substratos, geralmente contendo matéria orgânica vegetal em decomposição, eventualmente misturada a dejetos animais, como fezes bovinas. Os substratos orgânicos oriundos de atividades sucroenergéticas, principalmente a torta de filtro e a palha da cana-de-acúcar, misturados à vinhaça, se mostram adequados ao desenvolvimento desta mosca.
No contexto envolvendo estabelecimentos pecuários e usinas, tem-se verificado uma estreita relação entre a época de safra de cana-de-açúcar e a abundância de moscas. Estudos recentemente realizados sobre dinâmica populacional de mosca-dos-estábulos em usina e fazendas pecuárias adjacentes comprovou esta relação. De fato, o aumento da abundância de mosca ocorre após o início da safra e reduz gradativamente após o término das atividades.

As usinas, na tentativa de controlar esta praga, têm investido principalmente em ações de controle químico e de manejo de seus subprodutos, com resultados variáveis. No estado de Mato Grosso do Sul, os investimentos anuais das usinas direcionados ao controle da mosca-dos-estábulos em municípios com registros de surtos são estimados em cerca de R$ 100 mil/ milhão de tonelada de cana-de-açúcar colhida. Também há relatos de usina em Minas Gerais com investimentos superiores a um R$ 1 milhão, visando apenas o controle de S. calcitrans.

A ausência de manejo adequado à prevenção do desenvolvimento de mosca-dos-estábuos nas usinas, somada à falta de manejo sanitário nos estabelecimentos pecuários, tem colaborado significativamente para a proliferação de focos de criação da praga nestas áreas.

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