Manutenção da frota representa 24,1% do custo de uma saca de açúcar
17-04-2017

Ângelo Banchi: “Existem usinas que chegam a gastar R$ 850 mil reais em um único ano com a manutenção de uma colhedora. É quase o preço de uma máquina nova”. (Crédito Foto: Micaela Marques)
Ângelo Banchi: “Existem usinas que chegam a gastar R$ 850 mil reais em um único ano com a manutenção de uma colhedora. É quase o preço de uma máquina nova”. (Crédito Foto: Micaela Marques)

Laboratório de peças seria uma alternativa viável para redução destes custos

De acordo com o sócio-proprietário da Assiste, Ângelo Banchi, os custos gerais do setor canavieiro nacional, em vez de diminuir, têm aumentado nos últimos anos, sendo o principal deles a manutenção da frota. “O custo de mecanização em relação a uma saca de açúcar representa 41,2%, sendo que apenas a manutenção da frota é responsável por 24,1%”, informou Banchi em sua palestra no 19° Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar, realizado pelo Grupo IDEA, nos dias 29 e 30 de março, em Ribeirão Preto, SP.

Banchi afirmou que, dentro dos gastos com manutenção, o caminhão é o principal item, respondendo por 30%. A colhedora vem em seguida, com 23%, e, em terceiro, o trator, com 17,9%. “Existem usinas que chegam a gastar R$ 850 mil reais em um único ano com a manutenção de uma colhedora. É quase o preço de uma máquina nova.”

Uma estratégia apresentada por Banchi para minimizar estes gastos é o laboratório de peças, um sistema que visa determinar a durabilidade e confiabilidade de cada peça, a fim de aumentar o conhecimento por parte da usina. “O objetivo principal é saber quanto tempo cada peça irá durar. Dessa forma, poderemos planejar a quantidade a ser substituída e quantas eu preciso ter no estoque.”

Ele contou que, muitas vezes, as usinas abarrotam seus estoques com peças que não são constantemente utilizadas e não possuem aquelas que serão necessárias, o que atrasará os trabalhos de manutenção. “Isso é importante para desenvolver um plano de manutenção preventiva, junto à manutenção sistêmica.”

Além do laboratório de peças, Banchi apontou várias outras técnicas que poderiam ser adotados pelas usinas visando à redução dos custos de manutenção:

- Dimensionar melhor a frota
- Planejamento de uso da frota
- Utilização máxima dos equipamentos
- Dimensionamento da estrutura de apoio
- Dimensionamento da mão-de-obra mecânica
- Adequação da terceirização dos serviços necessários
- Renovação de frota
- Controle das exceções e perdas
- Laboratório de peças
- Participação direta da diretoria