Mecanização e automação facilitam o trabalho de mulheres em operações que exigiam força
08-02-2017

Vanilza Gonçalves Gomes é motorista de rodotrem e Luciana Claudia Pioto, opera máquinas agrícolas, na Biosev na unidade Santa Elisa, em Sertãozinho, SP
Vanilza Gonçalves Gomes é motorista de rodotrem e Luciana Claudia Pioto, opera máquinas agrícolas, na Biosev na unidade Santa Elisa, em Sertãozinho, SP

VI Encontro Cana Substantivo Feminino – dia 16 de março em Ribeirão Preto, SP. Inscrições grátis pelo site: www.canaubstantivofeminino.com.br

É necessário ter força física, disponibilidade muitas vezes para trabalhar a noite, disposição para encarar jornada de trabalho exaustiva, em alguns casos morar em alojamentos e a liberdade de seguir os períodos de safra Brasil afora. Estas são algumas das exigências que por muito tempo foram impostas pelo mercado de trabalho do agronegócio.

Características que, somada ao fato de o meio rural ser mais conservador que o urbano, limitam a participação da mulher no segmento. Sabe-se que esse cenário está em transformação. A mecanização e automação praticamente aboliram à força bruta das tarefas realizadas no campo, a maior qualificação feminina e o fato de ocuparem 60% dos bancos universitários, até mesmo em cursos considerados “mais para homens”, como Agronomia, contribuem para a abertura das porteiras do mundo agro para as mulheres.

Ainda não há números corretos sobre a quantidade de mulheres que atuam no agronegócio brasileiro. Mas é possível calcular que muito desse território ainda está para ser conquistado pelas mulheres. Tomando por base a agroindústria canavieira, que além da área agrícola, engloba indústria, logística, mercado, pesquisa e tecnologia, calcula-se que o setor empregue direta e indiretamente dois milhões de pessoas, sendo que, segundo estimativas não muito aprofundadas, as mulheres ocupam 15% dessas vagas.

A presença feminina nas usinas é mais comum nas áreas administrativas, recursos humanos, comunicação, assistência social e laboratórios. Mas onde a atuação da mulher tem chamado mais a atenção é no comando de caminhões e máquinas agrícolas. É porque as pessoas se espantam ao vê-las dominando, por exemplo, “um bruto”, como os motoristas chamam carinhosamente os rodotrens.

Não é para menos, o rodotrem quando só trafega pelos carreadores da usina transporta até 110 toneladas de cana, já quando pega estradas fora da propriedade, a carca máxima deve ser de 94 toneladas, é preciso respeitar a lei. Mesmo assim, quando esse “bruto” se aproxima da gente, arrepia pela imponência, pela força, parece um touro.

O VI Encontro Cana Substantivo Feminino, que acontece em 16 de março no Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, SP, irá contar histórias de mulheres que encaram as grandes máquinas pesadas. Inscrições antecipadas grátis pelo site: www.canaubstantivofeminino.com.br