Mercado em ascendência para os vinhos espumantes
17-08-2017

Os espumantes nacionais detêm 82% do mercado brasileiro. Crédito: Divulgação
Os espumantes nacionais detêm 82% do mercado brasileiro. Crédito: Divulgação

“A bebida deixou de ser oferecida somente em brindes tradicionais e passou a ser servida como estrela principal de qualquer comemoração. Ganhou o dia a dia das pessoas que passaram a desfrutá-lo o ano todo”, comenta Mario Geisse, presidente da Vinícola Casa Geisse, em Bento Gonçalves, RS.

Os números do mercado de venda de vinhos espumantes reforçam esse parecer. José Fernando da Silva Protas, economista e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, diz que o crescimento anual do espumante tipo brut está na faixa de 11% e os moscatéis em torno de 15%. “É uma evolução inexorável, todo ano aumenta. E é um mercado diferente do de vinhos tranquilos, enquanto que nos tintos e brancos os importados lideram com 80%, no segmento de espumantes, o Brasil detém a supremacia, com 82% do mercado. E hoje podem ser encontrados nos melhores restaurantes e lojas especializadas.”

A explicação para o crescimento do consumo de vinho espumante no Brasil, de acordo com Celito Guerra, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, tem vários motivos: esse tipo de vinho atende ao clima quente brasileiro que pede bebidas refrescantes; o consumidor brasileiro melhorou seu paladar para bebidas mais finas; e a abertura de novas fronteiras produtoras de vinhos, como a do Vale do São Francisco, despertou novos hábitos em populações que não consumiam vinho.

Já o domínio do produto nacional no mercado de espumante, na opinião de Juarez Valduga, presidente da Vinícola Família Valduga, de Bento Gonçalves, é porque “produzimos um dos melhores espumantes do mundo e, também, por ser mais barato que os importados”. Mesmo assim, observa o pesquisador José Fernando, o consumo de vinho espumante no Brasil ainda é baixo, são produzidos em torno de 25 milhões de litros, sendo que 40% das vendas ainda são concentradas nos meses de novembro e dezembro.

Juarez concorda que há muito o que crescer no mercado interno. Para ele, ainda parte do consumidor acredita que os espumantes importados são melhores. “ Precisam saber que o espumante nacional não tem para ninguém. Fazemos um produto excelente, temos tecnologia, uva de qualidade, solo e clima fantásticos. Já ganhamos inúmeros prêmios internacionais. Talvez falte um pouco de glamour ao produto nacional, a aparência também tem seu apelo, por isso, que caprichamos nas embalagens de nossos espumantes, como o Maria Valduga e o 130.”

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