MG: Estado elimina queima da cana
29-06-2015

O setor sucroalcooleiro atingiu também um marco importante em relação à sustentabilidade. Entre 2008 e 2014, o Estado eliminou a queima da cana em 100% das áreas com declividade abaixo de 12%, conforme decreto do governo federal a ser cumprido até 2018. Antes desse prazo, 97% da lavoura mineira já é mecanizada, ficando a queima controlada em apenas 3% de área, concentradas na Zona da Mata e algumas áreas do Sul de Minas.

Nos últimos seis anos, essa medida, segundo levantamento da Siamig, evitou no Estado a emissão de 6,1 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Houve ainda uma redução drástica do uso da água, que era necessária para a limpeza da cana, antes de entrar no processo de moagem. De 5m³ por tonelada, o volume caiu para menos de 1m³ por tonelada, em função do sistema de limpeza a seco utilizado agora.

A mecanização da lavoura culminou também no declínio da mão de obra de trabalhadores que faziam corte manual da cana. Cada máquina utiliza entre 15 e 20 pessoas e substituiu um contingente de cem trabalhadores. No entanto, segundo assegurou Mário Campos, essa mão de obra tornou-se qualificada e foi absorvida pelo fato de a produção do produto ter triplicado. Houve ainda recuperação das áreas de preservação permanente (APPs), com o afastamento da cana de açúcar e o consequente retorno de inúmeras espécies nativas, que eram espantadas pelo fogo.

O aproveitamento de todos os resíduos tem permitido que as usinas apostem na geração de energia, como forma de faturar com a alta dos preços do insumo. Entre este ano e 2017, segundo Campos, os usineiros investirão R$ 250 milhões para ampliar o potencial das térmicas movidas a biomassa.