Moendo Usinas
03-12-2014

Estimativas previam que, em 2015, o setor estaria com cerca de 460 unidades moendo mais de 800 milhões de toneladas de cana. Mas o que se vê são usinas fechando, como a Albertina, em Sertãozinho

Luciana Paiva

Em 2006, o dia não tinha fim em Sertãozinho. Essa cidade paulista, por ser o maior polo de tecnologia sucroenergética do mundo, tinha a missão de saciar a ânsia de brasileiros e estrangeiros de fazer brotar novas usinas de cana e, assim, conquistar uma fatia do projetado fantástico mercado de etanol, que parecia estar logo ali. Afinal, Lula, o presidente do Brasil, era o “Embaixador do Etanol”, o Garoto-propaganda dos combustíveis verdes, o caixeiro-viajante do setor. Ele era o “Cara” e dizia: “O Etanol é nosso! O mundo vai se render ao etanol da Cana. Basta produzir.”
Encantados pelo canto da sereia, ou melhor do Lula, tradicionais integrantes do setor e investidores entrantes não pensaram duas vezes e o desejo passou a ser um só: “Queremos, usinas. Queremos Usinas!”. As encomendas por equipamentos e até usinas chave-na-mão (indústria completa) choviam em Sertãozinho. Os pedidos eram por tecnologias mais avançadas e processos mais eficientes, principalmente para a produção de etanol e energia, os dois produtos da cana privilegiados nessa nova fase do setor. Outra exigência era: “preciso para ontem”, era importante botar para moer o greenfield - termo inglês para novo projeto que se tornou moda na época.

Então, Sertãozinho com suas mais de 700 empresas de produtos e serviços, das quais 85% voltadas para o setor sucroenergético, não dormia. As indústrias trabalhavam dia e noite, para isso, contratavam um exército de trabalhadores, tanto que, em 2006, a cidade foi líder na geração de empregos no setor industrial paulista. Segundo dados do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), somente no primeiro semestre daquele ano, a variação positiva foi de 20,4%, com a contratação de 6.300 trabalhadores.

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