Mundo voltará a ter deficit de açúcar
20-05-2014

Após um período de bonança, a oferta mundial de açúcar voltará a ser inferior à demanda. Na safra 2014/15, que começa em outubro deste ano e termina em setembro do próximo, haverá um deficit de 2,46 milhões de toneladas do produto.

A estimativa é de Plinio Nastari, da consultoria Datagro, que prevê, ainda, superavit de 2,18 milhões de toneladas na safra atual.

Nastari diz que a urbanização e a elevação de renda na China e na Indonésia vão dar sustentação à demanda.

O Brasil é importante no cenário mundial, tanto em açúcar como em etanol. Por isso, as atenções do mercado estiveram voltadas para o país em um seminário realizado pela consultoria na semana passada em Nova York.

Apesar dessa importância, o Brasil não tem expansão de investimentos nesse setor devido à política de manutenção de preços da gasolina adotada pelo governo.

Com o início da safra, as exportações de açúcar aumentaram 4% neste mês. A venda externa somou 700 mil toneladas de açúcar bruto e refinado, apontou a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) nesta segunda-feira (19).

Apesar do crescimento, o volume exportado é inferior ao de 2013, quando as vendas totais do mês somaram 1,9 milhão de toneladas.


Crédito O governo volta a financiar a armazenagem, inclusive com juros inferiores a outras operações. Segundo os produtores, o dinheiro existe. A burocracia para a liberação é grande e as contrapartidas exigidas pelos agentes repassadores tornam as taxas desse crédito muito salgadas.

Atrapalha A partir desta quarta (21), haverá chuvas de moderada a forte intensidade no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. O cenário "é ruim para os produtores que realizam o plantio das culturas de inverno --uma vez que terão que paralisar essa atividade--, mas favorável às culturas da segunda safra".

Ajuda Deverá chover também em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso, mas em volumes menores, o suficiente, no entanto, para melhorar as condições de desenvolvimento do milho safrinha. A avaliação é de Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia.

Mauro Zafalon