Nova tecnologia promete quadruplicar durabilidade das facas nas colhedoras
22-06-2017

Uma nova tecnologia robótica, promete viabilizar o uso de facas de corte revestida nas colhedoras de cana-de-açúcar. O processo robótico chegou a duplicar a quantidade de tonelada colhida por faca, devido ao aumento de durabilidade e diminuição do índice de quebra das mesmas.

Trata-se da tecnologia Laser Cladding, que utiliza-se de ligas de metal de alta tecnologia e laser na produção de diversos equipamentos que são utilizados tanto no campo como na indústria, com resultados muito satisfatórios em todos os componentes que vem sendo experimentado.

Segundo Carlos Banov, da HRC Metalização, a empresa tem como objetivo apresentar soluções customizadas e inovadoras que transformam e tornam competitivas indústrias que fazem uso intensivo do aço e já está sendo aplicada nos grupos Raízen, São Martinho, Ferrari e na Usina Vertente, do grupo Tereos, dentre outras.

"A aplicação do laser cladding atinge desde facas, discos de corte, assoalhos em colhedoras além de cultivadores e subsoladores, dentre outros. Já na indústria pode ser aplicada em facas, martelos, pentes e bagaceiras. Enfim, tudo o que for de aço e material de alto desgaste pode ter a nova tecnologia aplicada e sua durabilidade estendida, para citar apenas este aspecto", explicou Banov.

A fim de apresentar a nova tecnologia para a UDOP, Bannov e o diretor da Unique Business, Ricardo Magalhães Cagno, representante da HRC no setor bioenergético, visitaram no início do mês de julho a sede da entidade, onde foram recebidos pelo presidente executivo Antonio Cesar Salibe e pelos coordenadores de Comunicação/Marketing e Tecnologia da Informação, Rogério Mian e Rosângela Bombonato, respectivamente.

Para se ter uma dimensão do impacto da nova solução, apenas em um dos clientes atendidos pela HRC, os gastos com os jogos de facas, por safra, atingem em média R$ 10 milhões. "Com a aplicação de nossa tecnologia garantimos a redução do custo direto com facas na ordem de 15 a 20%", destaca o diretor da HRC.

Para Cagno, "a tecnologia é tão segura que a empresa tem garantido, em contrato, uma redução do custo operacional de 10 a 15%, e no caso desta redução ser ainda maior, o percentual a mais é incorporado ao contrato da safra seguinte, um rebite", destaca, complementando, ainda, que "este é o início de uma nova era de comercialização no setor sucroenergético, a economia compartilhada".

As colhedoras disponíveis atualmente no mercado possuem jogos de facas que vão de 10 a 14 facas, com durabilidade média de 25 horas de operação ou de 120 a 180 toneladas de cana-de-açúcar colhida por jogo. "Com as facas produzidas através da tecnologia Laser Cladding a durabilidade passa a ser entre 50 a 70 horas e uma colheita de 270 a 400 toneladas por jogo. Temos alguns jogos que já chegaram a durar até 90 horas de colheita", explica Cagno.

Outro benefício da utilização das facas com a nova tecnologia é o tempo de parada para o ajuste destes equipamentos. Numa faca normal, de fábrica, a cada turno de 8 horas, as facas devem ser rotacionadas, o que leva, em média cerca de 40 minutos, acarretando em perda de eficiência operacional. Com as facas da HRC esta manobra diminui sensivelmente aumentando assim toda eficiência do processo produtivo.

"Os benefícios não são apenas a maior durabilidade e menor índice de quebras das facas, nestes exemplos, se estendem também para diminuição de tempo de parada de máquinas, transbordos e bitrens. Isto aumenta o tempo de colheita e consequentemente aumenta o índice de produtividade geral da Usina", finaliza Banov.