Novos rumos para o milho mato-grossense
16-07-2014

Mato Grosso comemora a iniciativa do setor sucroenergético em produzir etanol de milho, o que poderá auxiliar na solução do entrave logístico


Adair Sobczack


Na temporada 2012/13, Mato Grosso atingiu a marca de 22,5 milhões de toneladas de milho, sendo praticamente 100% de oferta da segunda safra. Porém, o déficit na armazenagem, o que obriga muitos agricultores a estocarem os grãos a céu aberto, e a precariedade da logística de escoamento, que inflaciona em mais de 100% o preço da saca até chegar aos centros consumidores, são entraves que anualmente assombram o setor produtivo.
Isso, porque o estado se consolidou como um grande produtor de milho, frente a um consumo tímido, que ficou em 3,433 milhões de toneladas em 2013 (ver gráfico 1). Assim, mal termina a colheita, cerca de 85% da produção precisa ser escoada rapidamente para liberar espaço nos silos e armazéns para a soja, carro-chefe da produção estadual e que começa a ser colhida em seguida.
Entretanto, há uma luz no fim do túnel. O avanço do setor sucroenergético em terras mato-grossenses – visto a princípio como um concorrente à produção de grãos – poderá se tornar um grande aliado para equalizar em parte o excedente de milho através da produção de etanol.
“Mato Grosso é maior produtor de milho segunda safra, mas a precariedade da infraestrutura logística nos impede de fazê-lo chegar aos mercados, pois na exportação, por exemplo, o frete é muito superior ao valor do produto”, destaca Jorge dos Santos, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sulcroalcooleiras do Estado de Mato Grosso, Sindalcool/MT.
Santos destaca que a produção de etanol de milho, o que também resulta no DDG – grãos secos por destilação, na sigla em inglês, uma proteína de alta qualidade para alimentação animal – é uma importante estratégia para aliviar a pressão exercida pela grande oferta do cereal, seja na questão logística, seja na formação de preços. “É a única forma encontrada, até agora, para agregarmos valor à produção primária”, aponta Santos.
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