O assunto é: Como está a safra 2014/15
10-06-2014

MARGENS APERTADAS

“A cada semana recebemos uma nova notícia difícil. Enquanto os outros setores do agro vão bem, mesmo com a seca que houve nesse ano, a cana sofre as consequências dos altos custos, de um modelo estatizante absurdo e ultrapassado na gestão da Petrobras. Estamos vivendo um vale, com margens apertadas. E é um aperto que vem acontecendo há sete anos, o que corresponde a um ciclo inteiro da cana. Até 2012 ainda tínhamos um suspiro com o açúcar, que depois teve queda profunda, maior que o etanol.
Nessa safra, houve um crescimento de área quase nulo. Mas ainda subiu em 3,8% a área colhida porque houve menor índice de renovação. Há recaída importante na idade do canavial. Trabalhávamos com média de 75 t/ha de produção, mas agora, depois da estiagem, acreditamos que nesse ano entregaremos de novo 70 toneladas/hectare. Mas ainda depende muito das chuvas. Estimamos uma moagem de 540 milhões de toneladas, que pode ser de 555 milhões se for um ciclo bem úmido, o que impactará na qualidade da cana. Além disso, os dados desse ano são muito ruins para a próxima safra. A expectativa para 2015 é que o canavial fique mais velho.”
Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio), presidente da Canaplan e presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio)

CHUVA SÓ VEIO EM ABRIL
“Tínhamos previsão de novembro e em cima dela tivemos outra previsão em janeiro que já indicava 6% de quebra. O que vemos agora é uma quebra de 3% em relação à previsão de janeiro, porque não tivemos chuva entre janeiro e março. A chuva só veio em abril. E o ATR está em 2% acima do que imaginávamos.
A nossa quebra deve ficar na ordem de 7% a 8%. O problema é a variabilidade. Tem regiões em que temos unidade em que a quebra será acima de 10% e em outras a quebra será de 5%. Tínhamos previsão de ATR no mês de abril fechando quase 5% acima do previsto, mas com a chuva caiu para 2,5%. Estamos vendo que cana de fornecedor está mais afetada.
A situação está pouco melhor em Araçatuba e Araraquara. Em Goiás, a produtividade está normal. E temos zero de cana bis, que não vai influenciar na nossa previsão desse ano. Isso considerando só 1 milhão de tonelada moída até agora [final de abril].”
Antonio Carlos Stuchi, diretor executivo de Produção da Raízen
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