O controle do Sphenophorus levis em cana-soca
16-08-2017

Em canaviais que apresentam entre 10% e 30% de toletes atacados por Sphenophorus levis o correto é cortar a soqueira e aplicar defensivo


Em grande parte dos canaviais brasileiros, só não tem Sphenophorus levis quem não procurou. Quem encontrou e registrou mais de 30% de toletes atacados pela praga, a notícia não é boa: especialistas recomendam erradicar o canavial, mesmo se ele estiver no segundo corte.

Já as áreas de colheita com infestações entre 10% e 30% de toletes atacados, não necessitam ser renovadas, mas é preciso aplicar um controle eficiente. O pesquisador Newton Macedo orienta fazer dois tratamentos químicos: o 1º logo após a colheita quando são visíveis os perfilhos da linha, usa-se o desenleirador de palhas somente na linha da cana, essa operação faz com que o produto químico chegue diretamente à base da touceira. Depois entra com o cortador de soqueira e aplica o inseticida, com volume de calda de 150 a 200 litros por hectare. O 2º tratamento deve ser realizado no período de primavera/verão.

O Pesquisador observa que as áreas cujo levantamento pós-colheita indicar presença da praga, mesmo com baixo índice de tocos atacados, devem receber o tratamento de soqueira em área total.

O desenleirador de palhas e o cortador de soqueiras integram a linha de produtos da DMB. Segundo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB Máquinas & Implementos Agrícolas, empresa de Sertãozinho, SP, com 53 anos de atuação, a empresa disponibiliza dois tipos de cortador de soqueiras, o primeiro é o tradicional, onde o conjunto possui um disco de corte de 26 polegadas, com molas de compressão que fazem o corte do colchão de palha. É fixado logo atrás do disco de corte um dispositivo com o bico de pulverização que faz a aplicação do produto em profundidade. Cada conjunto é ajustado na barra porta-ferramentas para cortar o centro da linha da soqueira e fazer a aplicação do inseticida a uma profundidade de 10 cm para o controle do S. levis.

A outra opção é o Cortador de Soqueiras 70/30, que divide sua aplicação nessa proporção, ou seja, 70% da calda é injetada dentro do corte realizado pelo disco cortante e 30% da calda é pulverizado sobre a parte aérea das plantas e base das touceiras. Essa operação desempenha a função de matar as larvas e pupas que estão no interior dos tocos da touceira recém-cortadas e contaminar a parte superior dela, onde se concentram os adultos para depositar seus ovos.

Há ainda uma terceira opção que é o Aplicador de Inseticidas com Kit Desenleirador. Esse implemento permite fazer de numa só vez, o controle do Sphenophorus e o afastamento da palha da linha da soqueira, o que proporciona um controle simultâneo de cigarrinhas, caso esteja ocorrendo a praga. O implemento conta também com a opção 70/30 que permite aplicar 30% da dose do inseticida na parte aérea da soqueira visando atingir formas adultas e ovos da praga que estejam na base dos perfilhos da cana.

Macedo alerta que usinas e fornecedores que já detectaram este inseto em seus canaviais devem manter uma estratégia bem agressiva de seu controle, inclusive realizar a limpeza e aplicação de inseticidas nas colhedoras, transbordos e equipamentos para evitar que num futuro próximo a referida praga se alastre mais e torne a cultura da cana um negócio inviável economicamente. “São estratégias de convivência com a praga uma vez que a erradicação está fora de possibilidades técnicas.”