O país do vinho espumante
24-07-2017

O brasileiro pode brindar com espumante nacional que estará fazendo bonito. Crédito: Divulgação
O brasileiro pode brindar com espumante nacional que estará fazendo bonito. Crédito: Divulgação

A vocação do Brasil para a produção de vinho espumante é cada vez mais reconhecida

Muitos italianos ao aportarem nas terras brasileiras no final do século 19 trouxeram nas malas, além de sonhos, ramos de videiras. O desejo era produzir vinho na América. Para uns, o objetivo não era nem tanto comercializar, mas, principalmente vinificar para o consumo da família, para abrandar a saudade do antigo lar e dar ânimo para encarar a lida no novo mundo.

Entre esses italianos estava Manoel Peterlongo, que também queria produzir vinho, mas diferentemente de outros italianos que tinham a finalidade de obter o conhecido vino rosso, o sonho de Manoel era mais borbulhante, com ele, nada de vinho tranquilo, sua meta era o espumante, mais precisamente champagne, seguindo o método utilizado pelos franceses: com uma segunda fermentação natural na própria garrafa, conhecida como champenoise.

Manoel era agrimensor e já dominava os conhecimentos da produção da bebida, contam que em sua mala tinha um livro do próprio Dom Pérignon, o monge beneditino associado à história da produção de champagne e que, ao tomar pela primeira vez esse vinho espumante, lá por 1670, pronunciou uma das mais famosas frases do mundo do vinho: "Estou bebendo estrelas".

Quis o destino, que Manoel se estabelecesse em Garibaldi, na Serra Gaúcha, que muito tempo mais tarde viria a ser conhecida como uma das regiões com as melhores condições no mundo de solo e clima para a produção de vinhos espumantes. Ali, o italiano Manoel Peterlongo produziu, em 1913, o primeiro champagne das Américas.
A produção começou de forma artesanal no porão de sua casa, porém, Manoel já planejava a construção da vinícola. Em 1910 passou a armazenar pedras de basalto, com o propósito de vir a construir a cave subterrânea. Em janeiro de 1915, fundou a Vinícola Casa Peterlongo.

Nesse mesmo ano, projetou a construção da cave, posicionada na direção ao Norte, buscava o vento mais frio, com o intuito de congelar o vinho que ficava no início do gargalo das garrafas. A parte congelada era retirada, eliminando as pequenas impurezas e agregando maior qualidade ao produto. Junto à cave, foi escavado um poço para manter as paredes sempre úmidas; com isso a temperatura não ultrapassaria os 14°C, mantendo a integridade do produto.

Para a produção de champagne, Manoel incentivou o cultivo de uvas brancas finas em toda a Serra Gaúcha. Além de sua paixão pela produção desse tipo de vinho, talvez por ser agrimensor e conhecedor das condições adequadas para a produção de um vinho de qualidade, tenha descoberto, antes de todos, a vocação da região para a produção de vinho espumante.
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