O que foi o primeiro semestre para o pecuarista
29-09-2016

Para os próximos meses do ano, o criador precisa ficar de olho nos preços e garantir a melhor cotação possível da arroba


Luiz Albino Barbosa1 e Lara Moraes2

No começo do ano, analistas do setor de carne bovina traçaram as suas expectativas sobre o comportamento das variáveis que afetariam a pecuária de corte. As projeções diziam que 2016 seria um ano de baixa oferta, elevados níveis de exportação e preço firme da arroba do boi. Os custos de produção foram apontados como um grande desafio e a demanda interna ainda era tida como incerta, dada a difícil situação econômica do país. Agora, passados seis meses, já é possível verificar que o mercado está caminhando em linha com o que foi estimado e as tendências anteriormente apontadas estão, de fato, se consolidando.

Vamos começar analisando a oferta. O indicador de que 2016 será um ano de produção abaixo da média pode ser constatado pelo número de abates no primeiro trimestre, que foi 6% menor na comparação com o mesmo período de 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pecuária de corte passa por um momento de retenção de matrizes para recompor o rebanho, que foi reduzido em função do elevado número de abate de fêmeas nos anos anteriores.

MERCADO INTERNO PRATICAMENTE ESTÁVEL

A discussão sobre o consumo interno é balizada por dois fatores: a situação econômica e os hábitos de alimentação do brasileiro. O primeiro fator, como se sabe, não é favorável. A recessão de 2015 entrou em 2016 e não dá sinais de recuo. A despeito disso, em 2015 o consumo de carne bovina ficou praticamente estável, apesar da alta inflação, da recessão e do aumento do desemprego. Isso aconteceu por conta do segundo fator: a preferência do brasileiro pela proteína bovina. Num cenário de redução da renda, é comum a troca do consumo da carne bovina pela de frango ou de porco, proteínas mais baratas. No Brasil, esse efeito é reduzido por conta do hábito arraigado no consumo de carne. Isso sugere que, em 2016, o consumo de carne bovina deve ficar estável em relação ao ano passado.

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