“O setor precisa parar de pedir a CIDE e investir para tornar o etanol mais competitivo”
24-09-2015

Esta edição da Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol da Datagro, realizada nos dias 21 e 22 de setembro, na capital paulista, não contou entre seus debatedores com Ricardo Dornelles, diretor da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério do Meio Ambiente ME. Mas se participasse, Dornelles corria o risco de ser vaiado pelo público, ao apresentar suas justificativas em defesa da atuação governamental em relação à política energética do país. O que já ocorreu com ele em outras edições da Conferência.

Para dar mais competitividade ao etanol, o setor pede ao governo o retorno integral da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina de R$ 0,10 para R$ 0,60 por litro. Ao ser entrevistado pela CanaOnline sobre essa solicitação, Dornelles disse que está mais que na hora de o setor sucroenergético parar de pedir ajuda como o retorno integral da CIDE. “Esta é uma realidade ocorrida há 10 anos, neste período, os empresários deveriam ter investido para reduzir o custo de produção do etanol, deixando-o mais competitivo.”

Sobre a argumentação de Dornelles, o presidente do Sindalcool/PB, Edmundo Coelho, disse que o sucroenergético é um dos setores que mais investe em tecnologia, mesmo com a crise em que vive há quase 10 anos, e intensificada justamente pela política artificial de preço aplicada à gasolina, com congelamento de preço e menor tributação ao combustível poluente, chegando ao absurdo de o Brasil ser o único país do mundo onde o combustível verde paga mais imposto que o combustível fóssil.

A sorte do setor é que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse no encerramento do Seminário Internacional - Sistema Financeiro, Economia Verde e Mudanças Climáticas - também realizado esta semana, que: " A Cide, sem dúvida nenhuma, é um indicador importante para a economia verde quando se aplica à gasolina.” O Ministro deu a entender que, com a cobrança e a alta do preço da gasolina, o consumo de etanol se favorece, o que teria impacto na recuperação do setor sucroenergético e na redução de emissões de carbono.

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